Número de candidaturas indígenas cresce quase 12% em 2024, segundo TSE; AM lidera ranking
18 de agosto de 2024
Indígena na tela da urna eletrônica brasileira sobre o Estado do AM (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
Ana Cláudia Leocádio – Da Cenarium
BRASÍLIA (DF) – O número candidaturas indígenas cresceu quase 12% nas eleições deste ano em comparação às eleições municipais de 2020, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há quatro anos, foram 2.216 (0,40%) registros, que passaram a 2.483 neste ano, o que abrange 0,55% do total de candidatos registrados no Brasil, totalizando 455.493.
Entre as etnias mais declaradas estão a Baré (65), Atikum (38), Baniwa (18) e Apurinã (17), mas há outras como Apinayé, Anacé, Bakairí, Banawa, Arara do Pará, Arapiun e Amanaié. Quando se considera o gênero, 1.573 são do masculino (63,2%) e 916 do feminino (36,8%).
Em termos numéricos, o Amazonas apresentou o maior número de candidaturas, em 2024, com 558 registros, um aumento de 12% em relação a 2020, quando tinha 498. O Estado é o mais indígena do País, com 490,9 mil pessoas declaradas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados abertos do TSE, as etnias Baré (64), Kokama (63), Baniwa (18) e Kambeba (11) são as mais competitivas no pleito deste ano, seguidas dos Kulina Madijá, Kanamarí e Desána.
Proporcionalmente ao número total de registros no Estado, Roraima segue a tendência das eleições municipais de 2020, quando foi a campeã de candidaturas indígenas, com 176 candidatos, ou 13,22% do total. Quase 60% são da etnia Makuxi (104), depois vêm os Wapixana (37), Wai Wai e demais povos. Em 2020, o Estado também registrou o maior número proporcional de candidaturas indígenas, com 148 postulantes.
O Acre apresenta 74 candidaturas indígenas, o que abrange 3,26% do total de candidatos registrados no Estado nas eleições municipais, a maior parte da etnia Kaxinawá.
O Pará elevou de 108 para 122, neste ano, o número de candidatos e candidatas indígenas, que corresponde a 0,69% do total de concorrentes. Os Munduruku (47) e os Kayapó (17) lideram os registros.
Em comparação a 2020, o Amapá reduziu o número de candidaturas indígenas nas eleições deste ano, caindo de 24 para 19, distribuídas entre as etnias Galibí Marwórno, Karipuna, Karipúna do Amapá, Palikur e Waiãpy.
Indígena em manifestação contra o Marco Temporal, em Brasília (DF), em 2022 (Tiago Miotto/Cimi)
O Estado de Rondônia teve o mesmo número de registros de 2020, 36 no total, sendo que metade não informou a etnia. A maioria que concorre são os Suruí de Rondônia, Pakaa Nova e Cinta Larga.
O Mato Grosso do Sul aparece com 232 candidaturas indígenas, ou 3,21% do total de 7,2 mil registros no estado. A maioria são candidatos da etnia Terena (89), seguidos dos Guarani Kaiowá (75), Guaraní (30) e Guarani Nhandeva (10).
Na Bahia, serão 161 candidatos, que não chegam ainda a 1% do total dos 34,6 mil registros. Os Pataxó lideram as candidaturas, com 39 registros, ao lado dos Tupinambá (19) e dos Pataxó Hã Hã Hãe (12). Em 56 pedidos de registros de candidaturas como indígenas, não foi informada a etnia.
Meta de projetar indígenas na política
O aumento das candidaturas dos povos indígenas foi um dos chamamentos no encerramento do Acampamento Terra Livre(ATL), em maio deste ano, em Brasília, para aumentar a representatividade nas várias esferas de poder. Na ocasião, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou a importância de mais parentes se lançarem na política nas eleições deste ano.
No ATL, em maio deste ano, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara e a deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) estimularam mais candidaturas indígenas (Diogo Zacarias/MPI)
“Nós precisamos avançar nas próximas eleições e a base para que a gente possa crescer mais em 2026 está neste ano de eleições municipais. Precisamos eleger vereadores, vereadoras. Precisamos de prefeitos e prefeitas. Precisamos fazer a nossa base eleitoral para 2026. Eleger deputados estaduais e aumentar a nossa bancada do cocar no Congresso Nacional”, disse Guajajara.
Em fevereiro, deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que partidos e federações partidárias com candidaturas indígenas registradas vão ter direito à distribuição proporcional de recursos financeiros do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), bem como, de tempo gratuito de rádio e televisão.
Perfil do eleitorado por cor e raça
O número de candidaturas gerais nas eleições municipais de 2024 caiu 22,65% em comparação com as eleições municipais de 2020, saindo de 557.678 para 454.689 registros, segundo os dados consolidados pelo TSE na tarde desta sexta-feira, 16.
Os autodeclarados brancos são 207.527, ou 45,64% do total. Em seguida estão os pardos, 188.027, que abrangem 41,35% dos registros de candidatura. Os autodeclarados pretos correspondem a 11,38% das candidaturas, ou 51.762, seguidos dos amarelos, com 1.755 registros (0.39%). Um total de 3.138 pessoas não informaram cor ou raça no pedido ao TSE.
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