Número de jornalistas presos bate recorde global em 2021, aponta relatório


09 de dezembro de 2021
Número de jornalistas presos bate recorde global em 2021, aponta relatório
Relatório aponta que 293 jornalistas foram presos em 2021. (Reprodução/Internet)

Com informações do InfoGlobo

NOVA IORQUE – O número de jornalistas presos em todo o mundo atingiu um recorde global, em 2021, de acordo com um novo relatório divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ). A entidade filantrópica aponta que 293 repórteres foram detidos, até este mês. No ano passado, a cifra de profissionais da imprensa encarcerados era de 280.

Pelo menos outros 24 jornalistas foram mortos por causa de sua cobertura, e outros 18 morreram em circunstâncias que tornam muito difícil determinar se eles foram alvos por causa de seu trabalho, informou o CPJ em seu relatório anual sobre liberdade de imprensa e ataques à mídia.

Embora os motivos para a prisão dos repórteres variem entre os países, o número recorde reflete a agitação política em todo o mundo e uma crescente intolerância com o jornalismo independente, de acordo com a organização sem fins lucrativos com sede nos Estados Unidos.

“Este é o sexto ano consecutivo em que o CPJ documenta um número recorde de jornalistas presos em todo o mundo”, disse o diretor-executivo Joel Simon em comunicado. “O número reflete dois desafios inextricáveis – os governos estão determinados a controlar e a gerenciar as informações e estão, cada vez mais, descarados em seus esforços para fazê-lo”, declarou.

Números

A China prendeu 50 jornalistas, maior número em todo o mundo, seguida por Mianmar (26), que prendeu repórteres como parte de uma repressão após o golpe militar em fevereiro, depois Egito (25), Vietnã (23) e Bielo-Rússia (19), disse o CPJ.

Pela primeira vez, a lista do CPJ inclui jornalistas encarcerados em Hong Kong – um subproduto da lei de segurança nacional de 2020, que torna qualquer coisa que Pequim considera como subversão, secessão, terrorismo ou conivência com forças estrangeiras puníveis com pena de prisão perpétua.

O México, onde jornalistas costumam ser visados quando seu trabalho perturba gangues criminosas ou funcionários corruptos, continua sendo o país mais letal do hemisfério ocidental para os repórteres, segundo o CPJ.

Na América Latina, seis jornalistas foram detidos: três em Cuba, dois na Nicarágua e um no Brasil. Apesar do número, aparentemente, baixo comparado a outras áreas, o CPJ ressalta que houve um “declínio perturbador” na liberdade de imprensa na região.

O único brasileiro detido foi o jornalista Paulo Cezar de Andrade Prado, autor do Blog do Paulinho. Ele foi condenado, em março, a mais de cinco meses de prisão em regime semiaberto por difamação contra o empresário Paulo Sérgio Menezes Garcia, vice-presidente do Corinthians à época da publicação dos textos do repórter.

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