Número de mortos em operação do RJ sobe para 130; corpos estavam em área de mata
Por: Ana Pastana
29 de outubro de 2025
Corpos foram encontrados por moradores da região (Tomaz Silva/Agência Brasil)
MANAUS (AM) – O número de mortos na megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro subiu para 130, aponta a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, após moradores do Complexo do Alemão levarem pelo menos 65 corpos à Praça São Lucas, na manhã desta quarta-feira, 29. Esses novos óbitos ainda não constam no balanço oficial do governo estadual, que confirma 64 mortes, e deverão passar por perícia para verificar a relação com a operação deflagrada na terça-feira, 28.
Os corpos foram retirados da mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, região onde ocorreram os confrontos mais intensos entre policiais e traficantes. Durante a madrugada, moradores usaram caminhonetes para transportar os cadáveres até a praça. Imagens mostram uma longa fileira de corpos sobre o asfalto, enquanto os próprios moradores ajudam a descarregar os veículos.
64 corpos foram retirados de uma área de mata do Complexo da Penha (Divulgação/X)
ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou-se “horrorizada” com a operação. Em publicação no X (antigo Twitter), o Escritório de Direitos Humanos da entidade pediu “investigações rápidas e eficazes” sobre as mortes.
“Estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro, que supostamente já resultou na morte de mais de 60 pessoas, incluindo quatro policiais. Esta operação mortal reforça a tendência de consequências letais extremas das ações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Lembramos às autoridades suas obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos e pedimos investigações rápidas e eficazes”, afirmou o comunicado.
Mensagem publicada nessa terça-feira, 28, via X (Reprodução/X)
A Secretaria de Segurança Pública do Rio informou que a operação foi planejada com antecedência. Já a Secretaria Municipal de Saúde confirmou o fechamento temporário de ao menos cinco unidades de Atenção Primária nas áreas afetadas pelos confrontos.