‘O senhor tinha direito de ir’, disse Toffoli ao pedir perdão a Lula por negar ida a velório quando estava preso
17 de dezembro de 2022
Genival Inácio da Silva, o Vavá, em foto com o irmão Lula - Ricardo Stuckert/Divulgação
Da Revista Cenarium*
SÃO PAULO – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli pediu “perdão” ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não ter autorizado o petista a comparecer ao velório de seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, quando estava preso em Curitiba.
Genival Inácio da Silva, o Vavá, em foto com o irmão Lula (Ricardo Stuckert/Divulgação)
Vavá morreu em janeiro de 2019, vítima de câncer. A defesa de Lula pediu autorização à Justiça para que o petista se reunisse com familiares para a despedida, em São Bernardo do Campo. Juízes de instâncias inferiores negaram. A Polícia Federal se manifestou contra. O caso foi parar no STF.
Toffoli então concedeu o direito de Lula se encontrar com a família em uma unidade militar em São Paulo, com a possibilidade de o corpo de Vavá ser levado até ele.
Lula recusou. E nunca se esqueceu do episódio, do qual, segundo já manifestou a diversos interlocutores, guarda profunda mágoa. Desde que passou a frequentar cerimônias oficiais como presidente eleito, o petista inclusive evitava uma maior aproximação com Toffoli.
Militantes fazem celebração religiosa em homenagem ao irmão de Lula, Vavá, em frente à Polícia Federal em Curitiba (Estelita Hass Carazzai/Folhapress)
Na cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na semana passada, no entanto, o ministro do Supremo se aproximou do futuro presidente. E pediu desculpas a ele.
“O senhor tinha direito de ir ao velório”, disse Toffoli. “Me sinto mal com aquela decisão, e queria dormir nesta noite com o seu perdão”.
Lula bateu na mão de Toffoli e disse para ele ficar tranquilo que depois os dois poderiam conversar de maneira reservada.
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