‘O vírus muda, tem mil caras’, diz prefeito de Manaus ao anunciar que escolas municipais devem permanecer fechadas

Arthur Virgílio Neto recomendou cuidados com pandemia e lembrou que existem casos de reinfecção. (Reprodução/Pedro França)

Da Revista Cenarium*

MANAUS – O Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 25, que as aulas nas escolas municipais continuarão suspensas por conta da pandemia da Covid-19. O chefe do Executivo municipal declarou em entrevista ao jornalista José Luiz Datena que não acredita na “imunidade do rebanho”, uma vez que já há casos de reinfecção registrados em outros países.

“Não acredito em imunidade do rebanho. O vírus muda. Tem mil caras. […] Minhas escolas estão fechadas. Não tenho vocação nem para assassino, nem para Herodes”, declarou ao jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.

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Entrevista

A conversa iniciou com Datena citando estudos da Universidade de São Paulo (USP) e da Escócia, apontando que Manaus pode ser a primeira cidade do mundo a atingir a “imunidade de rebanho”, ou seja, quando a taxa de infecção chega a um nível que freia a disseminação.

O prefeito não crê que a capital já tenha alcançado esse patamar. “Vamos analisar números. Diz que houve imunidade do rebanho, mas só 10% da população dessas cidades foram beneficiadas, supostamente, por essa imunidade. Se 10% estão imunizados, 90% estão desprotegidos!”, comentou.

Preocupações

Arthur disse ao jornalista que o comportamento da população e de autoridades, tais como do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é motivo de preocupação.

“Tenho visto é muita irresponsabilidade por parte do nosso povo, inclusive, porque simplesmente vai todo mundo pra rua sem máscara. As pregações negacionistas que fizeram, a começar pelo presidente, isso tudo fez um pouco a cabeça das pessoas que se achavam invencíveis, intocáveis e não é assim”, afirma o prefeito, que também contraiu a doença e ficou 29 dias internado tratando o novo coronavírus.

O prefeito entende que o coronavírus é uma tragédia econômica, mas que abrir o comércio somente por voluntarismo não resolve. “É preciso consumidor para poder mandar abrir e reabrir com muito cuidado. Minhas escolas estão fechadas e não tenho vocação nem para assassino, nem para Herodes”, afirma.

(*) Marcele Fernandes, com supervisão de Carolina Givoni

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