‘Observatório da BR-319’ repudia responsabilidade a movimentos sociais por entraves nas obras da rodovia
22 de janeiro de 2021
Observatório BR-319 manifestou espanto e tristeza com as declarações de lideranças políticas e veículos de comunicação do Amazonas (DNIT)
Victória Sales – Da Revista Cenarium
MANAUS – Com o intuito de alegar que movimentos sociais e ambientalistas seriam os principais personagens no entrave da conclusão das obras de pavimentação da rodovia Álvaro Maia, também conhecida como BR-319, a rede de instituições Observatório BR-319 manifestou espanto e tristeza com as declarações de lideranças políticas e veículos de comunicação do Amazonas.
Durante coletiva no dia 14 de janeiro, o prefeito de Manaus, David Almeida culpou o isolamento do Estado pela crise na falta de oxigênio em Manaus para o atendimento das vítimas do novo coronavírus. Almeida alegou que o abastecimento da região depende do asfaltamento de uma parte da estrada. “Quando nosso povo, o povo que preserva a floresta, está precisando, ninguém aparece para ajudar”, reclamou.
De acordo com o ambientalista Carlos Durigan, a população em geral tem escutado muita desinformação por parte dos poderes públicos a respeito do processo de repavimentação da BR-319. “A fala do prefeito me parece ser uma maneira de desviar a atenção do real problema que estamos vivendo em Manaus”, disse.
Durigan ressalta que o processo de repavimentação da BR-319 está seguindo e tem muito tempo. “O fato de ainda não ter sido concluído deve-se justamente à resistência dos órgãos envolvidos com a obra de seguirem as recomendações relacionadas às ações de mitigação e compensação dos impactos causados pelas obras”, salienta.
O ambientalista destacou que o Ministério Público Federal (MPF-AM) faz como as organizações da sociedade civil que acompanham o processo, é exigir que as obras sigam o que os estudos de impacto preconizam. “Se a repavimentação da BR-319 não avança, é por falta de interesse no cumprimento das ações de mitigação e compensação de impactos, além das garantias de salvaguardas sociais, em respeito às comunidades locais, indígenas e não indígenas”, destaca.
Real problema
Segundo o especialista, o fato de vivermos um caos na Saúde, em Manaus, assim como a maior tragédia sanitária de nossa história recente, não se deve ao estado em que se encontram as obras da BR-319 e sim à irresponsabilidade e à falta de competência de nossos governos em lidar com a pandemia. Não é de hoje que a infraestrutura sanitária de Manaus e todas as demais cidades do Amazonas demanda melhorias.
Durigan ressalta que não entende como a cidade mais rica do Norte do Brasil, com um extenso parque industrial, ainda não conseguiu investir para o aumento desta produção, com todas as previsões de piora no quadro da Pandemia desde o ano passado. “Infelizmente nossos poderes públicos, sem exceção, foram e estão sendo incapazes de lidar com a gravidade desta Pandemia, e o que vivemos agora é resultado disso”, disse.
Confira documento da íntegra:
Confira reportagem da TV Cenarium sobre obras na BR-319:
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