Ômicron: novos estudos identificam 115 sintomas da Covid longa
22 de fevereiro de 2022

Com informações do InfoGlobo
SÃO PAULO — À medida que aumentou o número de pessoas recuperadas da Covid-19, surgiu também um grande desafio para a ciência: desvendar a Covid longa. A condição, caracterizada por um conjunto de sintomas decorrentes da doença, que permanecem por pelo menos quatro semanas após a infecção, já acomete entre 10% a 30% dos infectados pelo novo coronavírus.
A boa notícia é que novas pesquisas começam a mudar esse cenário e trazem indícios sobre o que pode estar por trás de sintomas duradouros e debilitantes provocados pela condição. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), alguns dos sintomas característicos da Covid longa são fadiga, falta de ar e disfunção cognitiva. Trabalhos recentes mostram um número crescente de sinais associados à condição.
Estudo disponível na plataforma de pré-impressão Research Square, feito por pesquisadores do Reino Unido, identificou 115 sintomas persistentes relatados por pessoas recuperadas da Covid-19. Eles incluem: perda de olfato, espirros frequentes, dificuldade de ejaculação, redução na libido, falta de ar em repouso, fadiga, dor torácica, voz rouca e febre.
Para os médicos, ainda é um mistério prever quem vai desenvolver o problema. Mas já se sabe que alguns fatores parecem aumentar o risco. São eles: carga viral elevada, no início da infecção, a presença de certos autoanticorpos (anticorpos que estavam no próprio organismo), reativação do vírus Epstein-Barr e diabetes tipo 2.
Possíveis causas
Os sintomas da Covid longa estão associados a danos causados pelo vírus em diversos órgãos e sistemas, incluindo pulmão, cérebro, sistema imunológico e circulatório. Uma das mais recentes hipóteses para explicar a persistência dessas manifestações é que o corpo ainda esteja lutando contra resquícios do coronavírus.
Estudos indicam que o material genético do vírus pode permanecer incorporado em tecidos como intestinos e linfonodos por muitos meses. Se esses reservatórios virais ainda conseguirem causar inflamação, isso poderia gerar sintomas como confusão mental e problemas gastrointestinais.
Outra explicação possível é o surgimento de uma resposta autoimune duradoura e prejudicial. Pacientes com Covid longa parecem ter o sistema imunológico danificado, em comparação com pacientes que não desenvolvem a condição.
Estudos encontraram níveis surpreendentemente altos de autoanticorpos, aqueles que atacam erroneamente os organismos dos pacientes, meses após a infecção inicial. Uma terceira possibilidade é que a infecção pelo Sars-CoV-2 reative outros vírus que estão inativos no corpo do paciente, como o Epstein-Barr. Leia a matéria completa em O Globo.
