OMS vai apresentar relatório com quatro teorias sobre surgimento do coronavírus

Logo da OMS na frente da sede da entidade em Genebra (Reprodução/Reuters)

Com informações da OMS

SÃO PAULO – Uma equipe de cientistas internacionais e chineses está prestes a publicar o relatório com os resultados de sua busca conjunta pelas origens do coronavírus, que desencadeou uma pandemia após ter sido detectado pela primeira vez na China, há mais de um ano. Quatro teorias estão sendo consideradas, segundo especialistas.

O extenso relatório está sendo publicado após meses de disputas, principalmente entre os governos dos Estados Unidos e da China, sobre como o surto surgiu. Os cientistas tentam manter o foco em uma busca até agora com poucos resultados sobre a origem do vírus que matou mais de 2,7 milhões de pessoas no mundo e deixou economias sufocadas.

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Ele oferecerá um primeiro olhar por escrito de 10 epidemiologistas internacionais, cientistas de dados, veterinários, especialistas de laboratório e segurança alimentar que visita, no começo do ano, a China e a cidade de Wuhan – onde um mercado foi considerado o epicentro inicial da doença.

Não está claro quando o relatório será oficialmente publicado, depois que a publicação foi adiada no início deste mês. Segundo os cientistas, o relatório pode oferecer poucas respostas concretas e pode levantar outras questões.

As teorias

Um membro da equipe que visitou a China, Vladimir Dedkov, epidemiologista e vice-diretor de pesquisa do Instituto Pasteur de São Petersburgo, na Rússia, resumiu as quatro pistas principais sobre as origens suspeitas da primeira infecção em humanos. Elas eram, em ordem de probabilidade: de um morcego a um animal intermediário antes de infectar humanos; direto de um morcego para humanos; por meio de produtos alimentícios congelados contaminados; de um vazamento de um laboratório como o Instituto de Virologia de Wuhan.

Funcionários na China, assim como o líder da equipe chinesa Liang Wannian, foram quem promoveram a terceira teoria, de que o vírus teria se espalhado por meio de alimentos congelados, enquanto o governo dos Estados Unidos, ainda sob o mandato do presidente Donald Trump, enfatizou a quarta teoria, do vazamento no laboratório – considerada altamente improvável.

Dedkov sugeriu que os produtos congelados nos quais o vírus foi encontrado provavelmente foram contaminados por pessoas infectadas. Uma pessoa infectada provavelmente também trouxe e espalhou o vírus no mercado de Wuhan associado ao surto, onde alguns dos produtos contaminados foram encontrados mais tarde.

“Em geral, todas as condições para a disseminação da infecção estavam presentes neste mercado”, disse Dedkov em uma entrevista. “Portanto, muito provavelmente, houve uma infecção em massa de pessoas conectadas no local.”

“Neste ponto, não há fatos sugerindo que houve um vazamento” de um laboratório, disse Dedkov. “Se, de repente, surgirem fatos científicos de algum lugar, a prioridade da versão mudará. Mas, neste momento particular, não há evidência disto”, afirmou o epidemiologista.

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