Onça-pintada criada em casa receberá cuidados no Cetas, em Manaus


Por: Ana Pastana

13 de fevereiro de 2025
Onça-pintada criada em casa receberá cuidados no Cetas, em Manaus
Animal resgatado vivia no município de Santo Antônio do Içá, no Amazonas (Composição de Lucas Oliveira/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O filhote de onça-pintada do sexo masculino, batizado como ‘Golias’, chegou à capital amazonense nessa quarta-feira, 12, com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), para receber cuidados no Centro de Triagem de Animais Silvestres do Amazonas (Cetas/AM), do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. A história do animal ganhou repercussão após a Polícia Militar resgatar o felino de uma residência no município de Santo Antônio do Içá, no interior do Estado, onde era criado por uma família.

O Ibama foi acionado pela Secretaria de Meio Ambiente do município para resgatar o animal silvestre. Inicialmente, o filhote havia sido devolvido à família por falta de infraestrutura adequada na cidade. Antes de ser transferido para Manaus, Golias foi levado ainda para o município de Tefé, distante a 521 quilômetros de Manaus, também no interior do Amazonas.

O filhote de onça-pintada ao chegar em Manaus (Divulgação/Ibama-AM)

“O animal encontra-se sob os cuidados da equipe do Cetas, que conta com equipe especializada de servidores com formação na área da biologia e da veterinária”, disse o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo.

Não foi divulgado o atual estado de saúde do animal, mas, no último dia 5, o Ibama, também através de nota, afirmou que o filhote foi resgatado em bom estado de saúde e apresentava um comportamento dócil.

Agentes do Ibama e ICMBio transportando uma caixa para locomover o animal silvestre (Divulgação/Ibama-AM)

De acordo com a Lei de n° 9.605/1998 de Crimes Ambientais, é crime a criação, posse, transporte, comercialização e utilização de animais silvestres sem autorização. O crime ocorre quando a pessoa “mata, persegue, caça, apanha, utiliza espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”. A pena pode variar de seis meses a um ano de detenção, além de multa.

Biólogo reage

O biólogo Henrique Abrahão Charles, que conta com quase 800 mil seguidores na rede social Instagram, comentou, nesse sábado, 8, o caso da onça-pintada Golias Goes, e lembrou os motivos pelos quais o animal não poderia permanecer no local onde vivia.

O biólogo compartilhou um vídeo reproduzido pela CENARIUM que mostrava a rotina do animal, e que foi assistido mais de três milhões de vezes. Henrique Abrahão Charles relembrou o caso da capivara Filó, que vive sob responsabilidade do influenciador Agenor Tupinambá no interior do Amazonas. Para o biólogo, apesar de ambas serem silvestres, tratam-se de animais com comportamentos diferentes.

Você está falando de um filhote de onça, você não está falando de uma capivara. Uma coisa é do tipo ‘Ah poxa, o Agenor morava lá no interior, no meio do mato, a capivara já estava ali, ela tinha acesso livre…’. Ok, você pode até discutir sobre isso, outra coisa é um filhote de onça no meio da vizinhança. Onde vocês estão com a cabeça?“, disse. “A família não pode ficar com a onça, então tirem essa história da cabeça“.

Veja a nota na íntegra:
Nota do Ibama sobre a chegada no filhote ‘Golias’ (Reprodução/Ibama-AM)
Leia mais: Internautas questionam local para onde filhote de onça foi transferido

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