ONG pede intervenção para salvar animais atingidos por incêndios no Pantanal
09 de agosto de 2024

Davi Vittorazzi — Da Cenarium
CUIABÁ (MT) – A Organização Não Governamental (ONG) Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD) encaminhou um ofício à ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, solicitando intervenção federal para salvar animais que são atingidos pelas queimadas e a seca do Pantanal.
O pedido foi feito após o GRAD ter realizado um estudo, em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para constatar quais os efeitos do baixo nível d’água nas bacias ao longo da Transpantaneira, em Mato Grosso. O monitoramento usou armadilhas fotográficas em pontos estratégicos e a busca ativa por rastros, pegadas e animais. O resultado mostrou impactos críticos do baixo nível de água sobre a fauna da região.

Conforme o relatório, há urgência de intervenções direcionadas nesses locais para mitigar os efeitos da seca, atender as espécies vulneráveis e preservar a biodiversidade do Pantanal. Por isso, é necessário a atuação do governo federal, já que o estado não tem atendido a demanda.
O grupo atua com profissionais especializados e capacitados, no entanto, avalia que os animais estão expostos à vulnerabilidade na região. Segundo o GRAD, as precipitações e níveis dos rios abaixo do esperado e o crescimento das queimadas prejudicam a busca de água, causando desnutrição e desidratação dos animais. A ONG também destaca que os animais, ao buscar por focos de água, se atolam na lama e como estão machucados e desidratados não conseguem sair sozinhos dos pontos.
Seca no Rio Paraguai
O monitoramento às estações pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nesta semana, mostraram que os níveis dos rios da Bacia do Rio Paraguai seguem em processo de descida acentuada. A região está com chuvas abaixo da média na região do Pantanal.

Conforme o SGB, as projeções indicam que, neste ano, podem ser registradas cotas negativas em Ladário (MS) a partir deste mês de agosto, conforme explica o pesquisador em geociências do SGB, Marcus Suassuna.
“Mesmo que até setembro chova a média para o período, o ano hidrológico (outubro/2023 a setembro/2024) vai acumular menos chuva do que em 2021, quando aconteceu a segunda pior seca do histórico e o rio chegou na cota de -60 cm. Em 1964, o Rio Paraguai chegou à cota de -61 cm”, disse.