ONG sai de programa do governo do Mato Grosso por ‘falta de engajamento político’


22 de junho de 2024
ONG sai de programa do governo do Mato Grosso por ‘falta de engajamento político’
O PCI foi lançado em 2015, durante a Conferência das Partes (COP-21), em Paris, na França (Composição: Weslley Santos/Revista Cenarium)
Davdi Vittorazzi — Da Cenarium

CUIABÁ (MT) — O Instituto Centro de Vida (ICV) decidiu, nessa sexta-feira, 21, sair do conselho de administração do Instituto Produzir, Conservar e Incluir (PCI), que atuava junto ao Governo de Mato Grosso. A entidade justifica a saída pela falta de engajamento político da atual gestão e os ataques às organizações não-governamentais (ONGs) atuantes no Estado.

O PCI foi lançado em 2015, durante a Conferência das Partes (COP-21), em Paris, na França. O programa é uma abordagem jurisdicional para o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso. À época, a PCI foi discutida e elaborada durante o governo Pedro Taques (2015-2018). Em 2019, passou por uma nova fase com criação do Instituto PCI para atuar como uma instituição independente sem fins lucrativos com objetivo de garantir a eficácia da Estratégia PCI.

Segundo o ICV, a instituição se envolveu em cada passo da institucionalização ao monitoramento da estratégia, emprestando a sua capacidade técnica, o alcance das suas parcerias e credibilidade como organização ambientalista reconhecida. Com o apoio, foi possível captar recursos como do programa Redd+ for Early Movers (REM), empréstimos do Banco Mundial ou investimentos de fundos de impacto.

Em contraponto, a entidade analisa que houve pouco esforço para a implementação das estratégias por parte do Executivo Estadual. Veja abaixo:

Trecho da nota do ICV (Reprodução)

A estratégia estabelecida tem objetivo de garantir a produção agropecuária no Estado com práticas de sustentabilidade. O PCI também contempla metas o fortalecimento da agricultura familiar e o combate ao desmatamento.

Principais metas da estratégia:

  • Recuperar 2,5M ha de áreas de pastagem de baixa produtividade até 2030.
  • Manter 60% da cobertura de vegetação nativa me Mato Grosso.
  • Reduzir em 95% o desmatamento no cerrado tendo como referência a linha de base de 3.016 km² (SEMA), alcançando 150 km²/ano até 2030.
  • Eliminar o desmatamento ilegal até 2020.
  • Aumentar participação da agricultura familiar no mercado interno de 20% para 70% até 2030.
  • Recompor 1M ha (100%) de APP degradada até 2030.
  • Ampliar a área de florestas plantadas em áreas já abertas de 317 mil para 800 mil ha até 2030.

A coordenação geral do Instituto IPC é de responsabilidade da Casa Civil. O Conselho Administrativo tem a participação de outros órgãos estaduais e de entidades civis. O Governo de Mato Grosso foi procurado para comentar a saída do ICV da estratégia, mas não houve retorno até o fechamento desta reportagem.

Continuaremos a construir este caminho nos territórios, em contato permanente com a sociedade civil e engajados em diferentes parcerias com o Poder Público. Ressaltamos nosso compromisso de buscar soluções e práticas que promovam o desenvolvimento sustentável, a conservação ambiental e a qualidade de vida da população mato-grossense“, considera na carta a diretora-executiva do ICV, Alice Thuault.

Veja a carta na íntegra:

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.