ONS estuda paralisar hidrelétrica no Amapá por seca no Norte; termelétricas podem ser ativadas
05 de outubro de 2023
UHE Santo Antônio do Jari, no Amapá (Reprodução/Cesbe Engenharia)
Mayara Subtil – Da Revista Cenarium Amazônia
BRASÍLIA (DF) – A seca severa que atinge o Norte, associada aos efeitos das mudanças climáticas, pode interromper a operação de uma das hidrelétricas, no Amapá, por falta da vazão de água necessária para gerar eletricidade.
A informação foi confirmada pela REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA nesta quinta-feira, 5, junto ao Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável pelo monitoramento.
O assunto foi tema de reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) na quarta-feira, 4. Na conversa, também ficou definido que a Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento vai coordenar estudos para avaliar a resiliência do sistema elétrico dos Estados do Acre, Amapá e Rondônia, frente às mudanças climáticas.
O Amapá conta com quatro usinas: Santo Antônio do Jari, Ferreira Gomes, Cachoeira Caldeirão e Coaracy Nunes. Ainda não foi definido qual delas vem sendo mais afetada pela estiagem severa e pode ser desligada. Apesar do risco, o ONS garantiu que o fornecimento de energia, no Amapá, não será prejudicado.
O ONS ainda confirmou que o Ministério de Minas e Energia solicitou um estudo sobre o acionamento de usinas termelétricas para fornecimento de energia no Acre e em Rondônia. Duas termelétricas estão sendo consideradas: Termonorte 1 e Termonorte 2.
Despachar termelétricas seria necessário porque a usina de Santo Antônio, em Porto Velho, teve sua operação paralisada pelo ONS na segunda-feira, 2, pela baixa vazão de água. O processo é conduzido pelo Ministério de Minas e Energia e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em razão das questões regulatórias envolvidas.
Conta de luz
Mesmo com a crise no Norte do País e a possibilidade de acionar usinas mais caras, a conta de luz deve seguir com bandeira verde e sem cobrança extra até dezembro, caso não haja revisão extraordinária, já que a Aneel autorizou reajuste de 44,41% na conta de energia no Amapá. Se os novos valores forem aprovados e entrarem em vigor em dezembro, vai atingir 221,3 mil unidades consumidoras, a maior parte residências.
Diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, participa de audiência pública no Senado sobre conta de luz no Amapá (Pedro França/Agência Senado).
A polêmica em torno do reajuste chegou à Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado nesta quinta-feira. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, participou da audiência e explicou que o aumento foi solicitado pela distribuidora Equatorial Energia, com base no contrato de concessão. Cumpridos os requisitos pela empresa, a Aneel é obrigada a autorizar, segundo ele.
“Cabe à Aneel apenas verificar se tudo que foi investido foi declarado, foi realmente feito. Se foi feito, a Aneel é vinculada, ela não tem o que fazer a não ser calcular a remuneração e aplicar o reajuste“, disse o diretor-geral durante a audiência.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.