ONU reage a massacre com 119 mortos no Rio: ‘Horrorizados’
Por: Fred Santana
29 de outubro de 2025
MANAUS (AM) – O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) expressou profunda preocupação com a Operação Contenção, realizada nas favelas do Rio de Janeiro, nessa terça-feira, 28. A ação resultou na morte de pelo menos 119 pessoas, incluindo quatro policiais, segundo dados atualizado até às 14 horas desta quarta-feira, 29.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, a entidade afirmou estar “horrorizada com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro”. A ONU destacou que “esta operação mortal reforça a tendência de consequências letais extremas das operações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil” e lembrou às autoridades brasileiras de suas “obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos”.
A operação envolveu cerca de 2.500 policiais e militares e teve como alvo a facção criminosa Comando Vermelho, considerada uma das mais poderosas do País. As forças de segurança enfrentaram forte resistência dos criminosos, resultando em intensos confrontos armados. Além das mortes, a ação causou o fechamento de escolas, universidades e unidades de saúde, além de bloqueios em vias públicas e interrupção do transporte público.
O Governo do Rio de Janeiro afirmou que a operação foi planejada após mais de um ano de investigações e que buscava combater a expansão territorial do Comando Vermelho. O governador Cláudio Castro (PL) criticou a falta de apoio do governo federal e afirmou que o Estado está atuando de forma independente para retomar o controle das áreas dominadas pelo tráfico.
Outra organização de direitos humanos, a Human Rights Watch, também condenou a operação, classificando-a como uma tragédia e pedindo investigações independentes sobre as mortes ocorridas.
O ACNUDH reiterou a necessidade de que as autoridades brasileiras adotem políticas de segurança pública que respeitem os direitos humanos e garantam a proteção da vida e da dignidade das pessoas, especialmente nas comunidades mais vulneráveis. A operação continua a ser investigada por órgãos competentes, e a comunidade internacional acompanha atentamente os desdobramentos do caso.