ONU reclassifica dano da maconha em lista de drogas mais perigosas do mundo
02 de dezembro de 2020

Victória Sales – Da Revista Cenarium
MANAUS – Em uma decisão considerada histórica, a Comissão de Narcóticos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quarta-feira, 2, a reclassificação da maconha na lista de drogas mais perigosas do mundo. A decisão foi baseada em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano passado.
Segundo analistas, o voto favorável abre mais espaço para o uso medicinal. Outras resoluções propostas para garantir a liberdade do uso, como a maneira recreativa não foram aprovadas.
Na América Latina, países como Uruguai, Colômbia, Equador e México foram favoráveis. Além disso, os Estados Unidos da América (EUA), Canadá e a maioria da Europa também votaram a favor da decisão. Ao total, foram 27 países apoiaram a reclassificação e 25 foram contrários, além de contar uma representação.
Remédios e pesquisa
Para o site UOL, o analista da Transform Drug Policy Foundation, Steve Rolles, informou que a decisão significa o fim de uma classificação mais proibitiva e “é o reconhecimento de que tem uso médico”.
O membro da instituição de caridade, que trabalha na reforma das políticas de drogas com sede no Reino Unido, também defende que a liberação “vai facilitar acesso a remédios com base e pesquisa”.
Ranking
Na lista de drogas mais perigosas do mundo, a cannabis está situada entre os outros entorpecentes como a morfina, no qual a organização recomenda controle, mas admite que haja menos potencial danoso. O comitê estabeleceu em 1961, uma lista com quatro tabelas de classificação, sendo a primeira: drogas mais leves, e a última para as mais pesadas.
A OMS recomendou também que reclassificaria os derivados da cannabis, como o dronabiol e o THC, nos níveis mais baixos da tabela, mas não ganhou apoio para serem aprovadas.
Cartilha “antidroga”
O ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), gerenciado por Damares Alves, recentemente lançou uma cartilha sobre os riscos do uso da maconha para a família, infância e juventude, além de afirmar posição contrária ao uso medicinal da cannabis.
“Há evidências científicas robustas de que o início precoce e a frequência do uso da maconha estão relacionados com maior probabilidade de uso crônico, uso abusivo e dependência, além de maiores prejuízos econômicos, sociais, e à saúde física e mental, não se tratando de uma droga inofensiva”, afirma a cartilha.