Operação contra garimpo ilegal no AM destrói mais de 450 balsas em uma semana
27 de agosto de 2024
Agentes da PF e de outros órgãos destroem balsas usadas para garimpo ilegal (Divulgação/Funai)
Da Cenarium*
MANAUS (AM) – Em sete dias, a Operação Prensa destruiu 459 balsas de garimpo ilegal na calha do Rio Madeira, no Amazonas. A ação conjunta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Polícia Federal (PF) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) superou o recorde da Operação Draga Zero, deflagrada em 2023 na mesma região.
Na época, os órgãos destruíram 302 balsas utilizadas por garimpeiros. A Operação Prensa teve início na terça-feira, 20, e segue nos próximos dias. Esta é uma das maiores operações contra o garimpo já realizada no Brasil. As balsas ou dragas utilizadas pelo garimpo ilegal são estruturas com uma ponta chamada de “abacaxi” e uma tubulação conectadas a uma motobomba acoplada em um motor a diesel.
A ponta perfura o leito do rio revirando os sedimentos, enquanto a motobomba suga a água e a despeja novamente no rio — procedimento conhecido como “arroto”. Nesse processo, também é utilizado o mercúrio, que contamina a água e mata os peixes da área.
A deterioração da qualidade da água prejudica diretamente as comunidades indígenas, já que muitas dessas balsas estão localizadas em frente a territórios tradicionalmente ocupados. Os indígenas relatam que não conseguem beber essa água e, quando bebem, passam mal. Além disso, a utilização dessas estruturas causa danos também porque de tempos em tempos os garimpeiros trocam o óleo do motor e jogam os resíduos no rio.
Cerca de 15 mil indígenas que vivem em seis territórios localizados em áreas próximas serão beneficiados com a operação contra a atividade criminosa, que provoca danos à saúde das comunidades indígenas e ao meio ambiente. A Operação Prensa reforça o compromisso do Governo Federal com a promoção e proteção dos direitos indígenas, bem como com a preservação ambiental. O objetivo é inutilizar as estruturas do garimpo para inviabilizar o retorno dos criminosos à região.
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