Operação explode dragas de garimpeiros no sul do AM; ‘Destruição’, diz dono


Por: Jadson Lima*

24 de outubro de 2025
Operação explode dragas de garimpeiros no sul do AM; ‘Destruição’, diz dono
Em vídeo, homem narra momento da explosão da embarcação (Reprodução)

MANAUS (AM) – Vídeos gravados nesta sexta-feira, 24, registram agentes federais em ação no município de Manicoré (AM), durante a explosão de embarcações usadas no garimpo ilegal de minérios. As imagens, obtidas pela CENARIUM por meio de grupos de mensagens por aplicativo, mostram o momento em que uma balsa, identificada como a do Gavião, é detonada no rio. Os agentes são acusados de furtar peixe: “Policial ladrão”, diz um homem, não identificado.

A reportagem solicitou posicionamento da PF sobre a denúncia do furto de um surubim do anzol de um homem, identificado como Charles. Até às 15h30, a instituição não respondeu o pedido de nota.

Gravando o vídeo, o homem afirma ser o dono de uma das dragas, narra o impacto da explosão: “Cralho, é fod, bicho! Acabaram de espocar ao lado da minha balsa”. Em outra gravação, uma voz pede que o episódio seja registrado e enviado adiante: “Espia aí. Acabaram de explodir uma [embarcação] agorinha, aqui dentro onde eles entraram.” Veja vídeo:

A operação ocorre 39 dias após o início da Operação Boiúna, deflagrada pela Polícia Federal em 15 de setembro de 2025. Naquele dia, fotos divulgadas pela corporação mostravam agentes armados detonando dragas ao longo do rio.

Em poucas horas, 71 embarcações foram inutilizadas, segundo relatório divulgado às 12h05 do mesmo dia. Até o fim da sequência de ações, em 24 de setembro, o total de embarcações destruídas chegou a 277, conforme dados oficiais.

PF destruiu 277 balsas no Rio Madeira, no Amazonas e em Rondônia, em setembro de 2025 (Reprodução/PF)

Moradores acompanharam o avanço da operação à distância, registrando as explosões. De acordo com a Polícia Federal, as ações causaram prejuízos estimados em R$ 38 milhões às organizações criminosas envolvidas na extração ilegal. O cálculo considera o valor das balsas destruídas, o ouro obtido irregularmente nos últimos meses e os danos socioambientais acumulados na região.

Leia mais: Garimpeiros entram em confronto com a PF; cinco são mortos
(*) Em atualização

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