Opositores a Lula dominam CPMI do INSS e Omar Aziz perde presidência
Por: Ana Cláudia Leocádio
20 de agosto de 2025
BRASÍLIA (DF) – O Governo Lula sofreu uma derrota nesta quarta-feira, 20, na escolha do presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar os descontos indevidos dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), quando o senador Omar Aziz (PSD-AM) foi vencido pelo parlamentar Carlos Viana (Podemos-MG), que obteve 17 dos 31 votantes, enquanto Omar ficou com 14. Viana também indicou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para ser o relator da comissão, consolidando o domínio da oposição na condução das investigações.
Omar Aziz foi confirmado para a presidência pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na semana passada, enquanto a relatoria ficaria com o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), indicado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A senadora Tereza Cristina (PP-MS) conduziu os trabalhos para a escolha do presidente, que também é o responsável pela escolha do relator. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) renunciou à candidatura à presidência em favor de Carlos Viana, que acabou vencedor da disputa.

Após o anúncio do resultado, Omar desejou bom trabalho ao novo presidente e criticou a colega Tereza Cristina por ter encerrado a votação sem que todos tivessem votado, o que ela negou. Agora, Carlos Viana escolherá a vice-presidência da CMPI do INSS, que deverá ser ocupada pela deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), autora do requerimento que criou a comissão, junto com a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Além de Omar Aziz, os outros dois senadores do Amazonas, Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB) serão titulares da CMPI, que contará ainda com o deputado Sidney Leite (PSD) como titular representando a Câmara dos Deputados.
Respostas a críticas
Antes de ser derrotado na disputa pela presidência da CPMI do INSS, o senador Omar Aziz (PSD-AM) já concedia entrevistas como se tivesse garantido o cargo. Na terça-feira (19), em declaração à CNN, afirmou que atuaria com isenção e que “não pouparia ninguém” na apuração das fraudes relacionadas a descontos indevidos aplicados a segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“A CPMI não tem réus predefinidos, pois tem fatos a ser esclarecidos, chegar e falar em nomes é muito prematuros, eu tenho que manter essa isenção. Se trouxer um fato relevante não haverá proteção de ninguém, ninguém será poupado, meu trabalho vai ser de apuar. Meu compromisso com a verdade, sem prejudicar. E sem inocentar ninguém”, disse o senador à emissora, em resposta a críticas da oposição.
Durante a entrevista, Omar reforçou que sua condução ia ser baseada no “compromisso com a verdade“, sem espaço para conveniências políticas ou disputas ideológicas. De acordo com o parlamentar, a sociedade brasileira está “ansiosa” para esclarecimentos sobre o caso.
“A população está ansiosa para ter mais entendimento do que se passou, do que está se passando. O compromisso é com a verdade, e não com conveniências políticas. O trabalho da CPMI não é para proteger nem para prejudicar ninguém, mas para apurar os fatos e evitar que esse tipo de fraude volte a acontecer”, afirmou.