Início » Sociedade » Organizações pressionam Aras para investigar crimes de Bolsonaro apontados na CPI da Pandemia
Organizações pressionam Aras para investigar crimes de Bolsonaro apontados na CPI da Pandemia
Representantes das Organizações Sociais com cartazes em frente à PGR. (Divulgação/Assessoria)
Compartilhe:
10 de novembro de 2021
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium
BRASÍLIA – Uma mobilização de 20 organizações da sociedade civil, somada a mais de 34 mil vozes, foi realizada em Brasília nesta quarta-feira, 10, em frente à Procuradoria Geral da República (PGR). A campanha Omissão Não é Política Pública (ONPP) levou até Brasília mais de 34 mil assinaturas, exigindo que o procurador-geral Augusto Aras não deixe impunes os possíveis crimes apontados pela CPI da Covid. A ação foi marcada pela participação de familiares de vítimas da Covid-19, pessoas que vieram de diferentes regiões do País, e que deram seus depoimentos para os vídeos da campanha.
A entrega da petição foi realizada no edifício do Ministério Público Federal, em Brasília. O documento exige que as pessoas listadas no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito sejam processadas judicialmente e devidamente responsabilizadas. Os porta-vozes das organizações que compõem a campanha Omissão Não é Política Pública chegaram a se reunir, antes da entrega, para uma coletiva de imprensa.
PUBLICIDADE
Campanha
Lançada em junho de 2021, a campanha Omissão Não É Política Pública reúne Anistia Internacional Brasil, Oxfam Brasil, INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos, IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Criola, Abrasco – Associação Brasileira de Saúde Coletiva, CIMI – Conselho Indigenista Missionário, Terra de Direitos, COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Movimento Nacional de Direitos Humanos, Observatório das Metrópoles, OLODUM, RESAMA – Rede Sul-Americana para as Migrações Ambientais, Justiça Global, Cedeca, Engajamundo, IMUNE-MT – Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso, ABMMD – Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia, Grupo de Apoio Voluntário, e Avico Brasil – Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19.
Levantando placas com palavras como Omissão, Negacionismo, Impunidade e Violações de Direitos Humanos, ativistas e membros das organizações participantes fizeram o ato para exigir que sejam feitas justiça e reparação pelas mais de 600 mil vítimas da pandemia da Covid-19 o mais rápido possível.
O texto do relatório final da CPI da Covid pede 80 indiciamentos, de pessoas físicas e jurídicas. O presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual, Marcelo Queiroga, são três dos indiciados. O relatório foi entregue por senadores a Augusto Aras no dia 27 de outubro. O Procurador-Geral da República iniciou uma investigação preliminar no dia 28 de outubro contra 13 autoridades com foro por prerrogativa de função, incluindo o Presidente da República e tem um prazo de 30 dias para dar uma resposta ao que foi investigado pela Comissão.
Desde o seu início, a campanha Omissão Não é Política Pública fez um pedido simples: que o governo brasileiro cumpra seu dever constitucional de assegurar o direito à saúde e à vida à população. Agora, que tantas violações de direitos humanos foram identificadas pela CPI, as 20 organizações da sociedade civil e as mais de 34 mil pessoas que se somaram com a petição popular exigem que justiça seja feita com celeridade.
Histórias interrompidas
Mais do que números, as organizações que compõem a campanha buscaram conhecer algumas das mais de 600 mil histórias interrompidas pela pandemia no Brasil. Entre os estados do Amazonas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a campanha contou em vídeos as histórias de Dona Italira, Aruká Juma Seu Dejair e também sobre o colapso da cidade de Manaus, no Amazonas. São depoimentos de seus familiares que sobreviveram à contaminação e ao descaso público. A falta de recursos e a precarização da saúde pública provocaram a violação do direito à vida. Para Mandeí Juma, Paulo Roberto, Fabiana e Paola, o custo foi a vida de seus pais, mãe e sogro.
Essas pessoas não se conhecem, mas todas elas foram atravessadas pela mesma negligência por parte das autoridades públicas na gestão da Covid-19. Enquanto hospitais públicos no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul estavam sobrecarregados, o Amazonas vivia a realidade de enterros coletivos, falta de oxigênio. O chamado “tratamento precoce”, comprovadamente ineficaz, era prescrito para pacientes em Manaus e comunidades indígenas na região.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.