Os oportunistas em época de pandemia

Vivemos a maior tragédia da nossa geração, trazendo contaminação e morte de pessoas próximas, sem nenhuma perspectiva de uma vacina de cura, movimento que marca a história da humanidade e que modificará o nosso chamado processo civilizatório.

Nesses momentos de crise mundial, observam-se comportamentos distintos: de um lado, encontramos o melhor a humanidade – a solidariedade; do outro, o egoísmo expresso nas intenções de lucrar, de ganhar visibilidade, de alavancar, politicamente, carreiras pouco sucedidas. Assim funciona a humanidade e suas vicissitudes.

De um lado temos o empresário que vende bens de uso, absolutamente, necessários em tempos de pandemia como álcool em gel, mascaras e luvas e observam no surto de corona vírus uma oportunidade, não de prestar um importante serviço para a sociedade, mas uma oportunidade de lucrar, aumentando os preços sem medida. De outro lado, temos empresários que, mesmo preocupados com a grande recessão que atinge o país, mostram-se solidários, doando lanches para os valorosos profissionais de saúde, os super-heróis da vida real.

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Vi certo dia um político local que apresentou proposta de redução dos salários de Vereadores, mesmo tendo conhecimento jurídico da impossibilidade de apreciação pelas limitações Constitucionais, mas o fez com o viés de promoção pessoal, afinal, no papel cabe qualquer coisa, e o papel mais bonito é posar de forma positiva para a opinião pública.

Mais fácil que a autopromoção pessoal é pegar parte do seu salário e doar, por exemplo, para a Universidade do Estado do Amazonas, que faz um bonito trabalho de confecção de EPIs para os profissionais de saúde. Não é preciso lei para isso, nem dará a repercussão de promoção pessoal que se esperava, mas é para isso que se exerce um mandato?

De qualquer forma, vivemos tempos difíceis, tempos de união, tempos de críticas construtivas, sem politização da saúde e da vida, e com o respeito as estruturas de controle do Estado. Que saiamos melhores que entramos nesta pandemia.

* Marco Aurélio Choy é Presidente da OAB/Amazonas

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