‘Ouro negro da Amazônia’: Pará lidera produção de açaí do Brasil

Produtor típico de açaí do Rio Madeira com o filho na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari. (Ricardo Oliveira/ Cenarium)

Victória Sales – Da Cenarium

MANAUS – O Pará é o maior produtor de açaí do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no último dia 22, pela Pesquisa Agrícola Municipal 2020 (PAM 2020). De toda a área de plantação de açaí do País, cerca de 96% está situada no Estado, sendo que, em 2020, foram mais de 1,5 milhão de tonelada do fruto produzida.

Em entrevista exclusiva à CENARIUM, a nutricionista Anny Melo destacou os benefícios do fruto para os brasileiros. “Ele possui nutrientes importantes como vitaminas do complexo B e aminoácidos”, destacou. A nutricionista relata ainda que o açaí é extremamente nutritivo. “Seus principais nutrientes são: a vitamina E, minerais como o manganês, magnésio, cálcio e compostos fenólicos, tornando-o bastante antioxidante e anti-inflamatório”, destacou.

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Registro mostra cacho de açaí. (Ricardo Oliveira/ Cenarium)

A profissional relata ainda que o açaí tem o poder de reduzir o colesterol. “O açaí possui a antocianina, o que dá a coloração roxa ao açaí e ajuda a diminuir o colesterol ruim. Além disto, o açaí pode acelerar o metabolismo e ajudar a manter o sistema digestivo limpo. Para quem consumir com essa finalidade, deve evitar adição de xarope de guaraná em sua polpa ou leite condensado e até mesmo açúcar de mesa”, disse.

Melo contou também que é afrodisíaco. “O açaí é relacionado à elevação de sangue no corpo, o que pode contribuir para o aumento do desejo sexual do indivíduo”, afirmou. Ela conta que as pessoas que desejam incluir o fruto na dieta é preciso consultar um profissional da nutrição, pois cada organismo tem suas particularidades.

Pesquisa

Ainda segundo a Secretaria de Produção Rural do Pará, os Estados que ocupam o ranking são: Pará com 1.320.150 toneladas produzidas, Amazonas com 67.757, Roraima com 4.153, Rondônia com 2.242, Bahia com 2.188, Tocantins com 839, Maranhão com 751, Espírito Santo com 190 e Alagoas com 58. Os três municípios do Pará que lideram o ranking estão: Igarapé-Miri com 400 toneladas, Cametá com 159.450, Abaetetuba com 111.200.

Fonte: IBGE/PAM 2020 (Ano de referência 2019)/Elaboração SEDAP-NUPLAN-ESTATÍSTICA

Açaí salgado

Pesquisa divulgada em agosto de 2021, pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), mostra que o preço do litro do açaí comercializado em Belém teve alta de mais de 28% em 2021, entre janeiro e maio. O aumento de 30% no preço do açaí vem prejudicando a alimentação dos paraenses.

Segundo o economista Origenes Martins, o açaí é um exemplo típico da agricultura do pequeno e médio agricultor, com produtos regionais que têm todo o potencial para alavancar a economia da região. “Em relação ao paraense, o açaí não é somente o principal alimento, mas uma das principais fontes de renda”, destacou.

Pesquisa

Ainda de acordo com o levantamento, o preço dos produtos vem variando em diversos locais. Identificado pelo Dieese-PA, no final de maio, o litro do produto foi encontrado com valores entre R$ 16 e R$ 22 nas feiras e nos supermercados com o valor em média de R$ 24. Já o açaí grosso, como é conhecido, que nada mais é do que a polpa extraída com a adição de água, é encontrado nos supermercados com média de R$ 34.

A pesquisa mostra ainda que o litro do açaí comercializado em dezembro de 2020, na classificação grosso, custava cerca de R$ 27, já no mês de janeiro de 2021, o produto passou a ser cobrado no valor de R$ 32,40, em abril, foi comercializado por R$ 32,69 e, em julho, com preço de R$ 32,81.

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