Pacheco e Lira são eleitos e garantem governabilidade de presidente Lula
01 de fevereiro de 2023
O senador Rodrigo Pacheco e o deputado federal Arthur Lira foram as apostas do presidente Lula para garantir a governabilidade do terceiro mandato do petista (Thiago Alencar/CENARIUM)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – Após as rodadas de votações na Câmara dos Deputados e no Senado da República, nesta quarta-feira, 1°, a governabilidade do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está assegurada. Tudo porque os candidatos governistas Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foram reeleitos para os cargos de presidente da Câmara e do Senado, respectivamente. Pacheco obteve 49 votos contra 32 de seu adversário Rodrigo Marinho (PL-RN).
Já Lira obteve 464 votos contra 21 dados a Chico Alencar (PSOL) e 19 a Marcelo Van Hattem. Cinco votos foram em branco. A eleição foi presidida pelo deputado federal amazonense Átila Lins (PSD), o decano da Casa. A votação nas duas Casas iniciou, por volta das 16h, pelo horário de Brasília, e se encerrou pouco mais das 17h.
Senadores governistas e oposicionistas travaram uma batalha silenciosa para obter os votos necessários para conquistar a presidência do Senado (Reprodução/O Globo)
O clima era de ansiedade no Senado, já que o avanço da candidatura de Rogério Marinho era visto com surpresa por boa parte da imprensa que cobre os eventos políticos na capital federal. Nome defendido pela ala bolsonarista, Marinho chegou a ameaçar a reeleição de Rodrigo Pacheco. Já a eleição na Câmara, apresentava, desde o começo, certa tranquilidade pró-Arthur Lira.
Parte do governo
De acordo com o professor do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o sociólogo Luiz Antonio avaliou da seguinte forma as vitórias: “Tanto Senado quanto a Câmara expressam ainda 2018/2022. Temos uma bancada extremamente conservadora nas duas Casas, com ambas carregadas de conteúdo bolsonarista, pois, a eleição de Lula não alterou, significativamente, esse processo. Portanto, a eleição de Pacheco e Lira pavimentam o interesse em parte desse bloco bolsonarista de fazer parte do governo”, observou.
Lula, Lira e Pacheco em conversa logo após a vitória do petista sobre Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2022 (Fabio Rodrigues/Agência Brasil)
O sociólogo chama atenção para os impactos na esfera nacional. “Essas negociações de aproximação da ala bolsonarista implica em cargos, e não é à toa que a Suframa ainda não tem superintendente, as superintendências do Incra ainda não foram definidas, tudo porque o governo está aguardando as eleições no Senado e na Câmara”, observou.
Mesmo com os votos na Câmara e no Senado, o bolsonarismo saiu perdendo, analisou Luiz Antônio. “Claro que é uma derrota ‘acachapante’ para o bolsonarismo a perda da presidência do Senado e da Câmara. Isso é fato! E a tendência é que esses bolsonaristas não farão oposição em bloco ao Governo Lula. Eles têm interesse nas suas bases eleitorais e aí a proximidade com o governo pesa, pois é quem libera os recursos”, avaliou Luiz Antônio.
A eleição na Câmara dos Deputados reconduziu Arthur Lira à presidência da Casa que congrega mais de 500 deputados (Pedro Ladeira/Folhapress)
Em recente reportagem para a REVISTA CENARIUM, personalidades da Amazônia avaliaram a vitória de Rodrigo Pacheco quanto às pautas ambientais para a Amazônia. “O senador Rodrigo Pacheco, se reeleito, é quem pode fazer uma gestão equilibrada, sem oscilações no processo democrático, com respeito aos demais poderes e às agendas ambientais que podem ser destravadas por ele, já que o Senado é a força necessária para uma boa gestão do Governo Lula”, analisou.
Já o ambientalista Ricardo Ninuma vê com ceticismo: ““Não vejo que, se eleito, seja um aliado às pautas relacionadas à preservação do meio ambiente, principalmente, para a Região Amazônica. Tenho um sentimento de que os políticos confundem sustentabilidade ambiental com preservação ambiental. Politicamente, sustentabilidade gera mais credibilidade do que preservação”, declarou. “Políticos não adentram a floresta por amor, por acreditar no bem-estar dos ribeirinhos, por respeitar a Flora e a Fauna…“, criticou Ricardo Ninuma.
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