Pacientes do Amazonas são beneficiadas com ouvido biônico: ‘Foi emocionante’
25 de maio de 2023
Manuela, de 4 anos, recebeu o aparelho (Alex Pazuello/Secom)
Da Revista Cenarium*
MANAUS – Mais duas pacientes ativaram o ouvido biônico pela rede pública de Saúde do Amazonas. Na quarta-feira, 24, Manuela, de 4 anos, e Milena, de 20 anos, ativaram os respectivos aparelhos, no Hospital Delphina Aziz, unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM). Até o momento, cinco pessoas já realizaram o procedimento cirúrgico e duas estão com a cirurgia marcada para o mês de junho.
A fonoaudióloga responsável pela ativação do aparelho, Uila Hoffmann, comentou sobre a importância de seguir rigorosamente todas as etapas do tratamento para um resultado positivo. “Depois da ativação, o processo é o de uma jornada. Elas vão fazer acompanhamento por meio de um mapeamento, que é um trabalho de melhoria de sons para elas terem essa percepção sonora e tratamento fonoaudiológico”, destacou.
Fonoaudióloga responsável pela ativação do aparelho, Uila Hoffmann (Alex Pazuello/Secom)
A pequena Manuela, de 4 anos, foi a primeira a entrar no consultório e receber a ativação do ouvido biônico. Bastante emocionada, a mãe acompanhou tudo de perto e explicou a sensação de perceber que a filha estava escutando pela primeira vez.
Manuela, de 4 anos, recebeu o aparelho (Alex Pazuello/Secom)
“Foi emocionante. Já chorei tanto, que agora não consigo mais chorar. Foi um momento de muita felicidade perceber que minha filha estava ouvindo. ‘Mamãe’ é a primeira palavra que eu quero que ela fale”, falou Suyan Silva, mãe da paciente.
“Foi emocionante.“, diz a mãe de Manuela, Suyan Silva (Alex Pazuello/Secom)
Estudante de Arquitetura e Urbanismo, a Milena Gabrielly, 20, foi outra paciente que também recebeu a ativação do ouvido biônico. O momento para a jovem foi de muita emoção e de garantia de um futuro mais independente, principalmente na faculdade.
Milena Gabrielly, 20, foi outra paciente que também recebeu a ativação do ouvido biônico (Alex Pazuello/Secom)
“Fiquei emocionada. Agora eu estou ouvindo e vou ouvir os professores da faculdade, vou entender tudo melhor. Quero mostrar para os professores que quando eles falarem, eu vou escutar”, falou.
A mãe da estudante, Marlen Joyce, 39, também acompanhou o procedimento. Para ela, conseguir fazer o implante coclear pela rede pública de saúde foi uma grande conquista. “Uma luz que surgiu no fim do túnel e um avanço para o nosso sistema público de saúde. Muitas famílias e pacientes não têm condições financeiras para pagar o procedimento. É uma grande vitória”, comemorou.
Procedimento cirúrgico
A cirurgia consiste em uma incisão atrás da orelha para acessar a cóclea, porção da orelha interna responsável pela audição. Por uma pequena abertura, é implantado um feixe de eletrodos junto ao nervo auditivo e fixado um receptor (antena) no crânio do paciente. Como a cóclea não varia de tamanho ao longo da vida, não será preciso trocar a unidade interna.
Os implantes cocleares são indicados para pessoas com perda auditiva neurossensorial severa à profunda. A prioridade para a realização de um implante coclear é para pacientes que nascem com perda total de audição, e que tenham até quatro anos de idade para que seja aproveitada a janela de aquisição de linguagem oral, que é desenvolvida neste período da vida.
Nos casos de pacientes com idade adulta, não há uma idade limite para a recomendação do procedimento, desde que sejam avaliados e se encaixem nos padrões previamente analisados por médicos especialistas.
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