Panamá investiga denúncias de esterilizações de indígenas sem consentimento

Mulher indígena no Panamá. (AFP)
Com informações do UOL

Panamá, 21 Fev 2022 (AFP) – A promotoria do Panamá anunciou nessa segunda-feira, 21, o início das investigações sobre denúncias de supostas esterilizações de mulheres indígenas sem seu consentimento, embora o governo afirme que até o momento não encontrou provas dessas acusações.

“O Ministério Público informa que uma equipe especial de promotores foi formada” para investigar denúncias sobre “possíveis procedimentos de esterilização não consensuais”, disse a instituição em um comunicado.

De acordo com a nota, os procuradores viajaram à província de Bocas del Toro, no noroeste do País, para iniciar “as investigações”.

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Na semana passada, a deputada suplente da Assembleia Nacional Walkiria Chandler denunciou que uma dezena de mulheres indígenas teriam sido esterilizadas em hospitais públicos, sem seu consentimento.

A denúncia foi feita a uma delegação da Assembleia Nacional durante uma visita em outubro de 2021 à comunidade de Charco La Pava, uma área montanhosa de difícil acesso na província de Bocas del Toro, habitada por indígenas Ngäbe-Buglé.

Na última quinta-feira, a vice-presidente da Assembleia Nacional e membro da Comissão da Mulher, Criança, Juventude e Família, Kayra Harding, apresentou uma queixa no Ministério Público.

Segundo o comunicado, Harding disse que em uma conversa durante uma visita médica “uma das mulheres denunciou que eram esterilizadas sem seu consentimento uma vez que davam à luz”.

O governo panamenho também lançou uma investigação paralela, embora a ministra da Saúde responsável, Ivette Berrio, tenha assegurado que não há “dados verdadeiros e confiáveis” sobre esterilizações indígenas sem sua permissão.

A ministra também acusou a oposição de promover denúncias sem provas para obscurecer o trabalho do governo, embora haja deputados pró-governo na comissão legislativa que investiga as denúncias.

A deputada Chandler, que é independente, assegurou à AFP que o ex-ministro da Saúde Luis Francisco Sucre, que deixou o cargo temporariamente devido a um problema médico, “estava ciente” das queixas.

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