Pandemia causou 1,4 milhão de casos de gravidez não intencional, diz ONU

Com a pandemia, cerca de 12 milhões de mulheres perderam o suporte dos serviços de planejamento familiar (Reprodução/Internet)

Com informações da UOL

MANAUS- A ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou nesta sexta-feira, 12, dados que indicam que 1,4 milhão de gravidezes não intencionais foram registradas no ano passado durante a pandemia do novo coronavírus. A estimativa é da agência de saúde sexual e reprodutiva da ONU, a UNFPA.

Segundo o estudo, o avanço no número de gravidezes indesejadas tem relação com a falta de acesso aos contraceptivos em 115 países, incluindo o Brasil. Com a pandemia, cerca de 12 milhões de mulheres perderam o suporte dos serviços de planejamento familiar.

PUBLICIDADE

“Gravidezes não param por causa de pandemias ou de qualquer crise. Nós precisamos assegurar que mulheres e meninas tenham acesso ininterrupto a serviços contraceptivos salvadores de vida e medicamentos de saúde materna”, defendeu a diretora-executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem.

“O impacto devastador que a Covid-19 tem tido nas vidas de milhões de mulheres e meninas no ano passado reforça como é vital garantir a continuidade dos serviços de saúde reprodutiva”, afirma.

Crise e impactos

Os dados da ONU apontam que mulheres de renda baixa e média ficaram sem acesso aos serviços de planejamento familiar por 3,6 meses ao longo de 2020, sugerindo que muitos serviços de saúde foram resilientes o suficiente para se adaptar e continuar a fornecer atendimento.

O cenário poderia ser pior, diz a UNFPA, se a agência não tivesse assegurado financiamento para governos e outras ações como o monitoramento dos estoques globais de contraceptivos e contato com mais fornecedores. “Como resultado desse compromisso compartilhado e da ação rápida, a interrupção no acesso ao planejamento familiar foi menos grave do que poderia ter sido”, afirma.

A UNFPA é a maior compradora de contraceptivos para países em desenvolvimento. De acordo com Astrid Bant, representando da agência no Brasil, a principal preocupação no país tem sido em regiões afastadas, de difícil acesso, localizadas no Norte e o Nordeste.

Direito

“Durante crises de saúde e crises humanitárias, são as pessoas em situação de maior vulnerabilidade que enfrentam possíveis rupturas em seu acesso a serviços. E preciso lembrar que o acesso a contraceptivos, assim como atendimento em saúde reprodutiva, é um direito humano, e temos trabalhado para garanti-lo”, afirma.

No ano passado, para reduzir os impactos da pandemia na saúde sexual e reprodutiva de mulheres, a UNFPA levou a Ilha de Marajó, no Pará, o projeto “Saúde das Manas” para disponibilizar teleconsultas com ginecologistas e obstetras, além de promover ações para informar sobre métodos contraceptivos e questões de saúde.

Neste ano, o projeto prevê também a entrega de contraceptivos em residências cadastradas, nas cidades do arquipélago, que têm um dos menores IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) do Brasil. Veja a matéria no site da UOL.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.