Pandemia da Covid-19 pode contribuir para que EUA registrem novo recorde de atos antissemitas

No total, 2.107 atos antissemitas — que incluem casos de assalto, assédio e vandalismo — foram registrados em 2019 (Divulgação)

Da Revista Cenarium*

Segundo o relatório divulgado na última terça-feira, 9, pela Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), uma organização que luta contra o antissemitismo e o racismo, a comunidade judaica nos EUA teve, em 2019, “o nível mais alto de atos antissemitas desde 1979”. Graças a pandemia do novo Coronavírus, a entidade estima que o recorde seja novamente batido em 2020.

No total, 2.107 atos antissemitas — que incluem casos de assalto, assédio e vandalismo — foram registrados em 2019, segundo a ADL. O número é um novo recorde após os 1.986 casos em 2017 e 1.879 em 2018, que ficou marcado pelo ataque a uma sinagoga de Pittsburgh, na Pensilvânia. Com 11 mortes, foi o ataque mais mortal contra a comunidade judaica nos EUA.

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Os ataques físicos passaram de 39, em 2018, para 61 no ano seguinte. Mais da metade ocorreu na cidade de Nova York.

A ADL ainda teme um agravamento do antissemitismo em 2020, já que a pandemia de novo Coronavírus aumentou o desemprego e o extremismo. A pandemia “deixa todo o país nervoso e causa angústia em todos os lugares”, disse Jonathan Greenblatt, presidente da ADL, em uma entrevista pela internet.

“Vemos extremistas usando em diversos momentos a pandemia como uma espécie de desculpa para alimentar o ódio”, afirmou.

Ele citou teorias da conspiração sobre as origens da pandemia que circulam nas redes sociais, além de videochamadas nas quais “extremistas espalham sua mensagem”, o que também ocorre em protestos contra o confinamento pelo país.

“Se as coisas ficarem muito difíceis para alguns do ponto de vista econômico e social, há um risco real de que os judeus sejam usados como bodes expiatórios. Se olharmos para a História, há muitas razões para nos preocuparmos”, afirmou, relembrando o exemplo da ascensão do nazismo na Alemanha.

No final de abril, milhares de judeus ortodoxos violaram as medidas de confinamento para assistir ao funeral de um rabino morto pelo novo Coronavírus no Brooklyn, que acabou dispersado pela polícia. À época, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, classificou o episódio como “inaceitável” e foi criticado por muitos — inclusive pela ADL — por criticar toda a comunidade judaica em sua conta no Twitter.

A ADL ainda solicitou que qualquer manifestação antissemita seja relatada, além de maior segurança nas sinagogas. O presidente da organização também pediu que o ensino do Holocausto seja obrigatório nos EUA, o que, segundo ele, pode ser eficaz na educação da população.

(*) Com informações da Ciam

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