Pandemia impulsiona candidaturas de nomes ligados à Saúde nas eleições de 2022

À direita o ex-ministro Eduardo Pazuello e ao lado, Marcelo Queiroga (Pablo Jacob/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – Em meio à crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19, velhos e novos atores do cenário político ligados à Saúde viveram impulsionamentos de popularidade que abrem terreno para candidaturas em 2022. Além do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), que tenta se viabilizar numa chapa presidencial, o também ex-ministro Eduardo Pazuello é cogitado dentro da base bolsonarista para concorrer a cargos no Amazonas ou no Rio.

Outro que começa a despontar é o atual ministro, Marcelo Queiroga, cogitado pelo Planalto como possível candidato ao governo da Paraíba ou ao Senado.

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A aposta é que, com o avanço da vacinação, Queiroga leve o crédito pela melhora do quadro da pandemia e se cacife para as eleições de 2022. A análise nos bastidores é que, como não há aliados de peso do governo no estado, o nome de Queiroga possa ganhar força. Procurado pelo GLOBO, Queiroga, que não é filiado a nenhum partido, disse que está voltado integralmente para enfrentar a pandemia.

Já Pazuello, investigado pela CPI da Covid pela demora na aquisição de vacinas e pelo estímulo ao tratamento precoce em um cenário que já levou até agora a mais de 530 mil mortes no país, ainda goza de prestígio com o clã Bolsonaro e tem sido lembrado para disputar o governo ou o Senado.

O Planalto avalia que a crise de abastecimento de oxigênio no Amazonas não foi suficiente para prejudicar a imagem de Pazuello, que, como militar, atuou naquele estado. A candidatura no Amazonas, porém, tornou-se mais difícil porque o ex-lutador e campeão de MMA José Aldo já disse a Bolsonaro que quer concorrer ao Senado no estado com apoio do presidente.

Se confirmadas as candidaturas, tanto Queiroga quanto Pazuello deverão disputar as eleições pelo futuro partido de Bolsonaro, que ainda não definiu a qual legenda se filiará.

Hoje adversário político de Bolsonaro, Mandetta liderou o combate à pandemia por quase dois meses até ser demitido, em abril de 2020. Na época em que deixou a pasta, o país tinha pouco mais de 1,9 mil mortos pela doença. Seu apoio a políticas de isolamento social e sua recusa em orientar medicamentos sem eficácia comprovada como tratamento para a Covid-19, que geraram embates e divergências com o presidente, levam Mandetta a buscar construir uma chapa de terceira via à Presidência.

“A pandemia exigiu liderança e ali apareceram líderes positivos e negativos. Como alguém que lidera a questão entre vida e morte opta por um caminho que causa morte?”, diz Mandetta, numa prévia do discurso eleitoral.

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