Papa defende paz após ataque dos EUA ao Irã


Por: Cenarium*

22 de junho de 2025
Papa defende paz após ataque dos EUA ao Irã
O papa Leão XIV (Foto: Vaticano News)

MANAUS (AM) – Americano, o papa Leão XIV afirmou que a “humanidade pede paz” diante do que chamou de “notícias alarmantes” vindas do Oriente Médio, neste domingo, 22, após os ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares do Irã, que empurraram abertamente a maior potência militar do planeta para o conflito de Teerã com Israel e arriscam expandir a disputa pela região.

“Cada membro da comunidade internacional tem a responsabilidade moral de pôr fim à tragédia da guerra antes que ela se torne um abismo irreparável”, declarou o papa, ao final de sua oração semanal do Angelus, no Vaticano. Menos disruptivo do que seu antecessor, Francisco, Leão tem dado ênfase à paz em discursos desde que assumiu o papado, há um mês e meio.

Em seu primeiro mês, Leão 14 fez 20 discursos importantes, entre homilias em missas, audiências com fiéis, orações Regina Coeli (que substitui o dominical Angelus no período da Páscoa) e falas em cerimônias com cardeais, jornalistas, funcionários do Vaticano e diplomatas. Neles, o tema da paz foi citado de forma transversal, com 45 menções à palavra paz.

Apareceu na primeira fala aos fiéis, na mensagem Urbi et Orbi, logo após ter sido apresentado como papa, quando falou em “uma paz desarmada e desarmante”, e foi o núcleo do discurso ao corpo diplomático, quando esclareceu o seu conceito de paz.

A paz, disse o papa, não deve ser entendida como “mera ausência de guerra e conflito”, mas é um dom ativo de Cristo que compromete cada um. Na sequência da missa que o oficializou como papa, o americano recebeu o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e o vice-presidente dos EUA, J. D. Vance. Ainda no começo do mês, falou por telefone com o russo Vladimir Putin. Ainda não avançou, porém, a mediação do Vaticano oferecida pelo papa para as conversas sobre a Guerra da Ucrânia.

Ataque dos EUA

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou ao mundo, na noite de sábado, 21, que a Força Aérea americana havia atacado instalações nucleares no Irã. A declaração, registrada em uma rede social do político, ocorreu nove dias após Israel iniciar uma ofensiva contra o País persa. Bombardeiros americanos foram empregados na ação militar que Trump classificou como limitadas.

“Nós completamos nosso muito bem-sucedido ataque. Um complemento inteiro de bombas foi lançado no alvo primário, Fordow”, escreveu o americano na própria plataforma digital. Horas após o anúncio dos ataques, o presidente americano fez um pronunciamento no qual pediu para que o regime iraniano deve aceitar a paz em seus termos, ou muitos outros alvos serão atingidos.

O ataque vinha sendo especulado desde o meio da semana, quando Trump deixou o distanciamento da ação israelense, inédita em seu escopo em 46 anos de rusgas com a República Islâmica. O americano chegou a ameaçar de morte o líder do Irã, aiatolá Ali Khamenei.

Na quinta, 19, disse que iria tomar sua decisão em duas semanas. Há pressão doméstica, de sua base política, que é contrária ao engajamento dos EUA naquilo que Trump chamava de “guerras inúteis”. O prazo, como se viu, era uma cortina de fumaça.

Leia mais: Trump ordena ataque a instalações nucleares do Irã e eleva tensão

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