Papa Francisco cobra menos gastos com presentes de Natal e mais doações para a Ucrânia
14 de dezembro de 2022

Da Revista Cenarium*
ITÁLIA – O papa Francisco pediu nesta quarta-feira, 14, que as pessoas gastem menos com celebrações e presentes de Natal e que enviem mais doações à população da Ucrânia, para ajudar a lidar com a fome e com o frio do inverno que se aproxima do país em guerra com a Rússia.
“É lindo celebrar o Natal, mas vamos baixar o nível de gastos. Vamos ter um Natal mais humilde, com presentes mais humildes, e enviar o que economizarmos para o povo ucraniano”, disse o pontífice, que tem feito apelos por Kiev em quase todos os eventos públicos desde o início da guerra, em fevereiro.

“Eles estão sofrendo muito, estão passando fome, sentem frio, e muitos estão morrendo porque não há médicos e enfermeiros suficientes disponíveis”, acrescentou o líder católico. “Não vamos esquecer. Natal, sim. Em paz com o Senhor, sim. Mas com os ucranianos em nossos corações. Façamos este gesto concreto por eles.”
Na semana passada, Francisco chorou ao falar da Guerra da Ucrânia e se referiu ao país como uma nação martirizada. Na ocasião, a voz do papa começou a ficar trêmula quando ele mencionou o povo ucraniano. Depois de alguns segundos de silêncio, o pontífice retomou a fala com a voz embargada e precisou interromper a leitura que fazia.
A aproximação do inverno no hemisfério Norte preocupa particularmente a Ucrânia. Nos últimos meses, a Rússia focou a infraestrutura civil do país, o que comprometeu seriamente a distribuição de energia elétrica e, como consequência, a subsistência do povo ucraniano.
O papa Francisco tem feito críticas ora veladas, ora explícitas à Rússia. Em setembro, ele exortou a Ucrânia a se abrir ao diálogo em busca de uma negociação de paz, mas disse que considerava “moralmente aceitável” a doação de armas de países do Ocidente a Kiev.
“A autodefesa é não só lícita como uma expressão de amor pela terra natal. Alguém que não defende a si, que não defende alguma coisa, não ama essa coisa. Quem a defende, a ama”, disse Francisco, na ocasião.
(*) Com informações da Folhapress