Pará confirma primeiros casos da variante Ômicron; 12 pessoas testaram positivo

Doze pessoas que apresentaram sintomas da doença tiveram resultado positivo para a variante Ômicron (Reprodução/Internet)

Colaborou Rômulo D’Castro — Da Revista Cenarium

ALTAMIRA (PA) — A mais contagiosa de todas as variantes da Covid-19 avançou para mais um Estado brasileiro e já tem casos confirmados. De acordo com o Instituto Evandro Chagas (IEC), 12 pessoas que apresentaram sintomas da doença tiveram resultado positivo para Covid-19 e estão infectadas pela Ômicron, no Pará. 

Os testes foram confirmados em Belém e Região Metropolitana da capital paraense durante projeto de pesquisa do IEC. 

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O instituto informou que tem mantido pesquisas voltadas para o mapeamento e controle da Covid-19 desde o início da pandemia. Foi assim que o mesmo instituto identificou a variante Delta no Pará, em 2020.

Ainda de acordo com o portal de notícias, o Instituto Evandro Chagas não recebe amostras da Secretaria de Saúde para o trabalho. 

Como resposta, a Secretaria de Saúde do Pará disse que as testagens específicas para identificação da Ômicron são feitas por um laboratório do Rio de Janeiro, que opera com alta demanda, o que pode resultar em demora de informações ao governo paraense.

Mas, por que a Ômicron preocupa tanto?

Identificada pela primeira vez na África do Sul, rapidamente a cepa se espalhou para outros países, incluindo o Brasil que tem três casos confirmados pelas autoridades em saúde. 

Mesmo com vacinas eficientes para a redução de novos casos e, principalmente, mortes por Covid-19, a Ômicron se mostra resistente e pode causar novo surto, o que já pode ser sinalizado com atual cenário enfrentado por países da Europa. 

Mas, por que essa variante preocupa tanto? O pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA) e especialista em doenças infecciosas, Denis Ferreira, explica que a Ômicron tem mais de 50 formas de mutação e está, assim as cepas Alfa, Beta, Delta e Gama, no grupo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chama de “variantes de preocupação”.

Além do poder de mutação, a Ômicron tem maior força de infecção entre as pessoas, o que faz com que o vírus circule de forma acelerada em um número grande de indivíduos e em curto espaço de tempo. É o que está acontecendo na Europa e o que pode vir a acontecer no Brasil, caso medidas sanitárias não sejam priorizadas. 

Além de pesquisador, Denis Ferreira é colunista do Redação News e assina este espaço dedicado à Ciência. Especialmente para nossos leitores, o professor explica detalhadamente como age a nova variante da Covid-19. 

Terceira onda e negacionismo 

Mesmo com 647 mil infectados, 17.335 mortes por Covid-19 e o anúncio da terceira onda da pandemia, o Pará enfrenta uma queda de braço entre governo e população. 

De um lado, campanhas de conscientização, reforço de medidas essenciais e vacinação disponível. Do outro, afrouxamento de cuidados individuais e coletivos e negacionismo. 

O Pará é um dos Estados que têm apresentado índices preocupantes de procura pela imunização. Menos de 60% de toda a população está vacinada com a primeira dose. Com as duas doses, o índice não chega a 50%, e cai ainda mais quando o balanço considera a dose de reforço. 

Em alguns municípios, o cenário é pior. São Félix do Xingu, por exemplo, só vacinou 24% dos habitantes.

Quando questionados sobre a não procura pelo imunizante, religião, ideologia e posicionamento político, aparecem “justificativas”.

A vacinação de crianças também segue em baixa. Pouco mais de dez dos paraenses de 5 a 11 anos foram levados pelos pais ou responsáveis legais para tomar a dose da Pfizer, disponível para esse público. 

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