Pará lidera ranking de compras digitais durante pandemia na região Norte

Apesar do duro golpe na economia, consumo no mercado digital atingiu níveis razoáveis na região norte do país. (Reprodução/Internet)

Da Revista Cenarium *

MANAUS – Consumidores das regiões Nordeste e Norte foram os que menos perderam poder de compra desde o começo da pandemia de Covid-19. A constatação é de um estudo produzido pelo pag!, fintech que está entre os maiores bancos digitais do Brasil, já teve mais de 8 milhões de pedidos pelo seu produto e possui 700 mil clientes ativos. O levantamento foi realizado entre os dias 20 de março e 20 de julho deste ano.

De acordo com o levantamento, o Pará foi o lugar onde esse índice mais avançou, superando a casa 9 pontos percentuais no período. Houve crescimento também em outros Estados do Norte e na região Nordeste, com variações positivas de 1,7% a 6,94%.

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Em contrapartida, os gastos diários dos moradores de São Paulo e Rio Grande do Sul diminuíram 8,25% e 5,64%, respectivamente. Também houve queda no Rio de Janeiro -3,94% e no DF -1,92% também houve queda.

Segundo o Felipe Felix, CEO do pag!, uma das razões para essa diminuição pode ser explicada pelos diferentes comportamentos de consumo nessas regiões.

Cultura de consumo

Para o CEO, se trata de hábitos de consumo. “No Norte e no Nordeste, os impactos foram menores porque os gastos das famílias são mais focados em produtos de primeira necessidade como alimentação e moradia, por exemplo. Já os consumidores de São Paulo e do Rio Grande do Sul costumam reservar mais espaço no orçamento para itens tidos como não essenciais”, explicou.

Outro dado trazido pelo estudo do pag! foi o de gasto médio por ramo de atividade básica (MCC, na sigla em inglês), que indicou redução de 50% nos desembolsos destinados para a Educação. “É um indicador preocupante e com impactos de longo prazo, caso essa diminuição ocorra por um período muito extenso”, alerta Felix.

Além disso, o levantamento mostrou que os gastos com peças de vestuário (-25%), combustíveis (-30%) e, naturalmente, viagens (-60%) foram os mais impactados no período. Por outro lado, os desembolsos com moradia e eletrônicos aumentaram 30%, enquanto os valores destinados a cuidados com os pets e compras de supermercado cresceram cerca de 20%.

Um alento no horizonte 

A análise mostrou que até o final de março era possível identificar queda de até 40% no gasto médio das famílias brasileiras, tendência que começou a ser revertida já em abril e se manteve crescente nos meses de maio, junho e julho.

“O maior uso do cartão de crédito e meios digitais de pagamento, o auxílio emergencial liberado pela Caixa, o rápido avanço do e-commerce e a reabertura gradual dos diversos setores tiveram influência positiva nos dados”, avaliou Felix.

As ‘compras de mês’ estão de volta. Com o avanço da pandemia, o hábito de ir ao supermercado várias vezes durante a semana foi substituído pelas grandes compras de mês – uma rotina bem conhecida de quem viveu nos anos 80. “Com isso, o tíquete-médio por compra acabou aumentando a partir de março, passando de R﹩ 80 para a casa de R﹩ 90 nos meses de maio, junho e julho”, observou.

Levantamento

O estudo foi realizado a partir de uma consulta ao banco de dados da empresa e leva em conta os gastos no cartão de crédito de cerca de 700 mil clientes do pag!. A análise não traz quaisquer dados confidenciais que permitam a identificação dos consumidores.

No Norte, os destaques além do Pará foram os Estados do Acre + 6.8%, Amapá + 6.63% e Amazonas + 3.56%. Roraima -0.71% foi o único Estado que registrou queda no índice.

Em todos os Estados do Nordeste os gastos diários dos habitantes da região subiram durante o período analisado: Piauí +5.74%, Alagoas + 5.62%, Maranhão +5.43%, Ceará + 4.89%, Paraíba + 3.63%, Rio Grande do Norte + 3,42%, Bahia + 3.27%, Sergipe + 3.21% e Pernambuco + 1.75%.

Os gastos dos habitantes de Minas Gerais +2,63% e Espírito Santo +0,75% cresceram no período, movimento contrário ao verificado no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Na comparação entre Estados do Sul, Santa Catarina foi o que teve a menor queda nos gastos diários -1,2%. Em Mato Grosso, os gastos diários aumentaram 1.47%. No vizinho Mato Grosso do Sul, a queda foi de 1.47%.

(*) Com informações da Assessoria pag!, fintech

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