Para ‘limpar a barra’ após escândalos, Carrefour quer aderir a programa de preservação da Amazônia

Morte de negro gerou revolta no país e população se voltou contra o supermercado Carrefour (Reprodução/ Internet)

Jennifer Silva – Da Revista Cenarium

MANAUS – Após o escândalo envolvendo a morte de um negro nas dependências do hipermercado Carrefour, a empresa multinacional começou a se preocupar com assuntos relacionados ao meio ambiente e decidiu aderir a um programa do governo federal chamado “Adote um Parque”, que busca atrair recursos para custear a conservação de parques dentro da Amazônia Legal com empresas tanto nacionais quanto internacionais e visa canalizar cerca de R$ 3,2 bilhões ao ano.

O governo federal informou que há probabilidade de que seja publicado ainda nesta semana o decreto de criação do programa. O “Adote um Parque” é um programa criado para atrair recursos com o objetivo de custear a conservação dos parques nacionais. Empresas nacionais ou estrangeiras, e também indivíduos, por meio dessa iniciativa, podem contribuir concretamente com a proteção ambiental do Brasil.

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Ao adotar uma Unidade de Conservação (UC), os interessados serão reconhecidos como parceiros do meio ambiente e celebrarão Termo de Doação com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O ‘engajamento’ pode gerar bons dividendos para a imagem da marca um tanto quanto arranhada depois de episódios trágicos envolvendo agressões de animais e até mortes de seres humanos no interior das lojas.

Mortes no Carrefour

Em 2018, um cachorro foi envenenado e morto por seguranças da loja Carrefour de Osasco, interior de São Paulo. A agressão ao animal de rua indignou milhares de pessoas país afora, gerando protestos nas redes sociais. O quadro piorou quando o motivo alegado foi uma ‘limpeza’ no local para a visita de altos dirigentes da rede de supermercados de origem francesa.

Em novembro de 2020, a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40, chocou o Brasil. O homem foi espancado e morto por dois seguranças de uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre (RS). O homem negro morreu sob as vistas de testemunhas e teve seu assassinato filmado na véspera do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro.

O vídeo do assassinato foi disseminado nas redes sociais e sites de notícias gerando indignação e revolta em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e em inúmeras cidades do país. O assassinato na esteira de outro caso famoso, o do americano George Floyd, levou pessoas a fazerem manifestações no Brasil pelo Dia da Consciência Negra como protestos pela morte de João Alberto e George Floyd.

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