Para manter igualdade, Justiça quer adequar Enem ao fim do ano letivo nos Estados


04 de julho de 2020
Para manter igualdade, Justiça quer adequar Enem ao fim do ano letivo nos Estados
A análise foi feita usando modelos matemáticos em escolas do município alagoano de Maragogi, que tem 33 mil habitantes (Elias Oliveira/Secom TO)

Da Revista Cenarium*

MANAUS – O Ministério Público Federal (MPF) solicitou que o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) reavaliem o cronograma de realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), considerando a situação das redes públicas de ensino dos 26 estados e do Distrito Federal, e que as provas somente sejam aplicadas após o encerramento do ano letivo de 2020.

Os pedidos, feitos em ação civil pública (ACP) ajuizada originalmente pela Defensoria Pública da União, em São Paulo, incluem determinação para que a União apresente, no prazo de 30 dias, levantamento sobre a situação do ensino médio em todo o país.

Os dados devem contemplar informações sobre períodos de suspensão de aulas, formas alternativas adotadas para manutenção do aprendizado dos alunos do último ano do ensino médio e monitoramento da adesão e alcance desse público às ferramentas tecnológicas utilizadas.

Análise regional

Segundo os procuradores da República responsáveis pela manifestação, o objetivo da ação vai além do adiamento do Enem, com fixação de nova data para a aplicação das provas considerando as orientações das autoridades sanitárias. Sem um levantamento da situação dos alunos do último ano do ensino médio em toda a rede pública de ensino e a análise das diferentes realidades de cada região, não há como saber sequer a dimensão do problema a ser enfrentado.

“É uníssona a preocupação – de alunos, gestores e educadores – com o prejuízo causado aos estudantes do ensino médio da rede pública em razão das enormes desigualdades sociais – já existentes – que estão sendo acentuadas durante o período de suspensão das aulas presenciais”, afirmam os procuradores.

Para o MPF, as decisões dos gestores públicos sobre as datas e a maneira como o Enem será aplicado devem ser norteadas pela identificação dessas desigualdades regionais geradas pela pandemia em um esforço conjunto para adotar medidas que ajudem a reduzir as diferenças que podem afetar os estudantes menos favorecidos.

O MPF recomenda que o novo cronograma do Enem tenha como marco a reabertura de toda a rede pública nacional de ensino médio e inclua prazo para a recuperação do período de aprendizagem. Cabe à União ajustar o início das aulas nas instituições de ensino superior para data posterior à realização do Enem.

Nos ofícios ao MEC e ao Inep, os procuradores reforçam a gravidade e urgência do problema. Colocando-se previamente favoráveis a um acordo, solicitam que o ministério avalie a possibilidade de “encontrar uma forma consensual que seja razoável para o enfrentamento do problema, considerando os graves prejuízos sofridos de forma mais intensa e dramática pelos alunos da rede pública de ensino, notadamente os vulneráveis social e economicamente, pela ausência de aulas e preparação minimamente adequada para se submeterem ao Enem deste ano”.

(*) Com informações da Agência MPF

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