Pará, Maranhão e Amazonas registram as maiores taxas de informalidade do País, diz IBGE

Comércio foi um dos setores mais afetados durante a pandemia de Covid-19 por conta do isolamento social (Bruno Pacheco/ Revista Cenarium)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Os Estados do Pará, Maranhão e Amazonas registraram as maiores taxas de informalidade da população ocupada no País no segundo trimestre de 2020, com 56,4%, 55,6% e 55,0%, respectivamente. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), e foram divulgados nesta sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em todo o País, a taxa ficou em 36,9%, o que representa 30,8 milhões de pessoas com trabalho informal. A taxa da Pnad é a primeira que pegou três meses completos de pandemia da Covid-19 que já matou mais de 118 mil pessoas no Brasil.

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Entre as unidades da federação, as menores taxas foram registradas em Santa Catarina (25,8%), Distrito Federal (26,0%) e São Paulo (28,6%).

De acordo com o IBGE, para o cálculo são considerados os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada, o empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada, o empregador sem registro no CNPJ, o trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ e o trabalhador familiar.

Veja também: Comerciantes informais relatam esperança na recuperação de prejuízos acumulados durante pandemia da Covid-19

Desemprego

A pesquisa mostra que ainda que a taxa de desemprego no Amazonas, também afetada pela crise da pandemia, alcançou 16,5% da população em idade de trabalho (14 anos ou mais), ou seja, sofreu alta de 2,0 pontos percentuais (p.p.), no segundo trimestre de 2020, em comparação com os 14,5% registrados no primeiro trimestre deste ano.

“No trimestre anterior, já havia ocorrido uma pequena elevação. Já neste trimestre, o indicador foi mais impactado pelas medidas de isolamento por conta pandemia de Covid-19”, explicou o chefe do IBGE no Amazonas, José Ilcleson Mendes Coelho.

No País, o aumento foi de 12,2% no 1º trimestre de 2020 para 13,3% no 2º trimestre deste ano, crescendo em 11 Estados. Os maiores índices foram observados na Bahia (19,9%, Sergipe (19,8%), Alagoas (17,8%), Amazonas (16,5%), Rio de Janeiro (16,4%), Roraima (16,3%) e Maranhão (16,0%).

Entre abril e junho de 2020, o País tinha 12,8 milhões de pessoas sem trabalho. Na primeira semana de agosto, por sua vez, a população desempregada ficou estimada em 12,6% milhões de pessoas.

Principais afetados

Segundo o IBGE, mulheres (14,9%) e pretos (17,8%) lideram as taxas de desocupação. No segundo trimestre de 2020, a taxa foi estimada em 12,0% para homens e 14,9% para as mulheres.

Já a desocupação dos jovens de 18 a 24 anos (29,7%), apresentou patamar elevado em relação à taxa média total, sendo a maior taxa de desocupação entre os menores de idade (42,8%) e a menor, entre os idosos (60 anos ou mais) com 4,8%.

Nível de ocupação

No segundo trimestre de 2020, o Nível de Ocupação no Estado do Amazonas reduziu para 47,2% da população, 6,4 pontos percentuais mais baixo do que o registrado no primeiro trimestre de 2020 (53,6%).

Segundo o chefe do IBGE no Amazonas, outra consequência da pandemia foi a queda no número de pessoas na força de trabalho, que compreende as pessoas ocupadas e desocupadas.

“Muitos trabalhadores desistiram de procurar trabalho, reduzindo o quantitativo da força de trabalho. No mesmo sentido, o número de pessoas ocupadas sofreu redução de 160 mil postos de trabalhos em relação ao trimestre anterior. Muitas pessoas foram demitidas e outras não exerceram suas atividades por conta própria, por estarem isoladas sem poder trabalhar”, pontuou José Coelho.

Com isso, ele explica, o número de pessoas desocupadas chegou próximo a 300 mil no segundo trimestre de 2020. “As alterações as condições de ocupação foram tão desconformes que elevou sensivelmente o número de pessoas fora da força de trabalho, grupo que é formado por pessoas que não estavam ocupadas e nem desocupadas”, finalizou.

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