Pará: Operação da PF mira fraude no crédito rural
Por: Fabyo Cruz
16 de outubro de 2024
BELÉM (PA) – A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira, 16, a Operação Trapaça, que mira uma organização criminosa responsável por fraudes em processos de crédito rural, corrupção de servidores públicos e crimes ambientais, especialmente na região amazônica. A operação, coordenada pela Delegacia de Polícia Federal em Santarém, no oeste do Pará, está sendo realizada nos Estados do Pará, Mato Grosso e Goiás.
Durante a operação, foram cumpridos três mandados de prisão temporária, 17 mandados de busca e apreensão, além do afastamento de seis servidores públicos suspeitos de envolvimento no esquema. A Justiça também determinou o sequestro de aproximadamente R$ 100 milhões em bens dos investigados, incluindo propriedades rurais.
As investigações revelaram que uma empresa de regularização fundiária estava envolvida na falsificação de documentos para instruir processos de solicitação de crédito rural. Esses documentos fraudulentos permitiam que infratores ambientais obtivessem financiamento para explorar áreas ilegalmente desmatadas. Aproximadamente 5 mil hectares de floresta foram desmatados e queimados após a liberação desses créditos.
A PF também constatou que funcionários da empresa de regularização fundiária corrompiam servidores públicos de secretarias de meio ambiente e órgãos fundiários, assegurando decisões favoráveis em troca de propina. A empresa teve suas atividades interrompidas e está proibida de operar. Além disso, uma agência bancária envolvida na concessão de crédito a áreas embargadas por órgãos ambientais teve as operações de financiamento rural suspensas.
As investigações continuam para apurar se os valores recebidos pelo grupo investigado foram usados para financiar crimes ambientais na Amazônia. A PF busca identificar outros envolvidos no esquema. A Operação Trapaça é mais uma ação no combate ao desmatamento ilegal e à corrupção, que continuam a ser grandes desafios na proteção da Amazônia e no desenvolvimento sustentável da região, informou a PF.