Pará tem nove entre dez cidades do País com alta em focos de queimadas
Por: Letícia Misna
21 de novembro de 2024
Área queimando na Amazônia (Christian Braga/Greenpeace)
MANAUS (AM) – Nove municípios do Pará compõem a lista das dez cidades com o maior número de focos de incêndio nas últimas 48 horas no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Amapá, que, assim como o Pará, também compõe a Amazônia Legal – bioma com recorde de devastação por queimada, tem uma cidade na lista.
Veja o ranking:
Porto de Moz (PA), 55 focos;
Mazagão (AP), 54 focos;
Almeirim (PA), 50 focos;
Portel (PA), 47 focos;
Uruará (PA), 43 focos;
Óbidos (PA), 38 focos;
Prainha (PA), 37 focos;
Alenquer (PA), 36 focos;
Oriximiná (PA), 27 focos;
Placas (PA), 23 focos.
Ao todo, somando os demais municípios que não aparecem na lista, o Pará desponta em primeiro no ranking dos Estados, com 651 focos apenas nos últimos dois dias. Já entre 1º de novembro e 21 de novembro deste ano, foram 5.967 focos. No Estado, a maior concentração dessas queimadas se encontra nas regiões Sudoeste e próximo ao Baixo Amazonas.
Nesta quinta-feira, 21, a cidade de Santarém (PA) amanheceu com a pior qualidade do ar do País, registrando 307 microgramas de poluentes por metro cúbico, segundo dados da plataforma de monitoramento PurpleAir. Apesar de não estar na lista dos maiores focos, Santarém está situada nas imediações das cidades destacadas.
No Amazonas, por sua vez, Parintins, localizado nos limites com o Pará, lidera a lista dos municípios do Estado com o maior índice de focos, somando 45 desde o início do mês. Em seguida, vem Barreirinha (35 focos), Lábrea (27 focos), Maués (21 focos), Nhamundá (21 focos), Borba (20 focos), Urucurituba (20), Barcelos (18), Novo Aripuanã (17) e Apuí (16).
Incêndio destruiu dez vezes mais que desmatamento
Na quarta-feira, 20, o Monitor do Fogo, elaborado pela rede Mapbiomas e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), divulgou que o fogo já consumiu dez vezes mais áreas da Amazônia que o desmatamento por corte de vegetação, entre janeiro e outubro de 2024.
Foram 6,7 milhões de hectares de floresta queimados durante esse período, em comparação com os 650 mil hectares desmatados. Apenas em outubro, 73% de todo o fogo registrado no Brasil foi na Amazônia, onde 64% foi apenas em área de vegetação nativa.
Segundo a diretora de Ciência do Ipam, Ane Alencar, esse cenário foi agravado pela seca severa que a região enfrenta, “tomando proporções alarmantes” e “praticamente anulando os esforços pela redução do desmatamento”.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.