Para tentar limpar histórico de agressões, Eduardo Braga faz marketing com imagens de mulheres

O senador Eduardo Braga (MDB-AM). (Marcos Oliveira/ Agência Senado)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA e MANAUS – Após a repercussão negativa envolvendo agressões verbais à ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda, o senador Eduardo Braga (MDB) tenta ‘limpar’ sua imagem com uma estratégia de marketing na qual homenageia as mulheres, nas redes sociais. Conhecido nos bastidores da política pela “personalidade forte”, Braga parece tentar ignorar, também, o passado de agressões.

No Instagram do senador, foram publicadas imagens nas quais ele aparece sendo abraçado por mulheres e, ainda, homenageia a esposa chamando-a de “Mulher-Maravilha”. Porém, recentemente, Braga virou assunto nacional ao atacar, via telefone, a ministra, conforme noticiou o jornalista Lauro Jardim, no jornal O GLOBO. Aos berros e proferindo palavras de baixo calão, o líder do MDB, no Senado, reclamou após ter emendas parlamentares negadas pelo Palácio do Planalto.

Confira estratégia de marketing com fotos de mulheres no Instagram de Braga:

Ainda de acordo com Jardim, que possui mais de 30 anos de profissão, as emendas, que não tiveram o valor e sua destinação informados, haviam sido prometidas pelo Palácio do Planalto, mas não chegaram a ser liberadas. “Braga extrapolou. Flávia não segurou a onda. Chorando, passou a ligação para que Ciro Nogueira, o chefe da Casa Civil, que acompanhava a cena ao lado da ministra, tentasse contornar a situação”, disse o jornalista.

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Flávia Arruda se pronunciou afirmando que os gritos dirigidos pelo líder do partido, no Senado, não a amedrontam. Além disto, ela classificou o ato como “machismo atrasado”. A Secretaria da Mulher, da Câmara dos Deputados, representada pela Bancada Feminina, também se manifestou. “O episódio demonstra que o machismo ainda persiste em relação às mulheres que assumem posições relevantes na política brasileira”, disse a Bancada Feminina, em nota.

A CENARIUM enviou demanda à assessoria do senador, questionando sobre o teor do telefonema a Flávia Arruda, assim como perguntou sobre quais emendas Eduardo Braga estaria se referindo, mas o senador nunca respondeu aos pedidos de esclarecimentos.

Ataques são comuns

O senador carrega um histórico negativo de agressões. Em maio deste ano, vários sites noticiaram que Braga teria destratado uma funcionária que estava levando documentos para o senador, durante uma transmissão ao vivo, em uma rede social. Na ocasião, o político fazia uma live, ao mesmo tempo que concedia uma entrevista ao telefone, e pediu a sua funcionária que mostrasse a primeira fase do documento, quando se irritou, ao perceber que a mulher não sabia o que ele solicitava no momento.

Agressão a portador de deficiência

Já em setembro de 2014, o Ministério Público Federal, no Amazonas (MPF/AM), encaminhou ao então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma representação contra o senador Eduardo Braga (PMDB-AM). À época, o político do Amazonas era candidato ao Governo do Amazonas. Junto com o ex-deputado federal Sabino Castelo Branco (PTB-AM), Braga foi acusado de agredir um fotógrafo amador, considerado vulnerável e portador de deficiência intelectual, durante carreata de campanha, no município de Maraã, na região do Alto Solimões, interior do Amazonas.

A informação repercutiu no Jornal O GLOBO. O fotógrafo Joel Reis da Silva registrou o ocorrido junto ao MPF e solicitou ao órgão “proteção de sua vida”. Segundo o tabloide, Joel acusou o senador de ter parado o carro, no qual se encontrava, e ter lhe dado uma gravata no pescoço, indagando “a mando de quem” estaria tirando as fotos. O fotógrafo diz ainda que Eduardo Braga tentou lhe tomar a máquina fotográfica e que, em seguida, foi cercado por auxiliares do senador e pelo deputado federal Sabino Castelo Branco.

A agressão de Braga ao fotógrafo repercutiu nacionalmente (Reprodução/ O GLOBO)
Outros sites também repercutiram as agressões (Reprodução/ Internet)

Como Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga por pouco não foi às vias de fato com o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), durante a audiência pública da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas, em 2015. Aos gritos de “safado” e “bandido” de um para o outro, o senador de Goiás afirmou que Braga usava o ministério para fazer negociatas e chamou o então ministro para “resolver a questão” fora do plenário do Senado.

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