‘Parecia o líder do PT no STF’, diz Flávio após Moraes votar para condenar Bolsonaro
Por: Danilo dos Santos
09 de setembro de 2025
MANAUS (AM) – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, nesta terça-feira, 9, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes “parecia o líder do governo do PT no tribunal” e apontou que o magistrado está praticando “uma vingança”. A declaração do parlamentar, que concedeu coletiva ao lado de outras lideranças da oposição no Congresso Nacional, ocorreu após o voto de Moraes pela condenação de Bolsonaro e mais sete réus por crimes contra a democracia.
Durante o pronunciamento, Flávio afirmou que o voto de Moraes foi marcado por um discurso cheio de hostilidade. “Fala com tanto ódio. Parecia o líder do PT no Supremo, proferindo palavras sem embasamento jurídico, sem vinculação com absolutamente nenhuma prova, como quem está ali praticando uma vingança”, declarou o senador.

Flávio Bolsonaro também disse que o relator da Ação Penal 2668 age de forma política no julgamento. Segundo o parlamentar, o voto não se sustentaria em argumentos jurídicos sólidos, mas em uma retórica direcionada politicamente. “Na cabeça dele, parece que Jair Bolsonaro queria matá-lo”, disse. A fala foi uma resposta ao “tom agressivo” que, segundo o senador, dominou o discurso de Moraes durante o julgamento.
Durante seu voto, Moraes atribuiu a Bolsonaro um crime específico: liderar uma organização criminosa com o objetivo de se manter no poder. Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) entre 2019 e 2022, foi condenado pelos cinco crimes denunciados: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
“Jair Bolsonaro exerceu o papel de líder da organização criminosa, utilizando-se da estrutura do Estado brasileiro para implementação do projeto autoritário de poder“, declarou Moraes. Para o relator, os demais acusados “praticaram todas as infrações penais imputadas pela Procuradoria-Geral da República”.
“A organização criminosa narrada na denúncia da PGR realmente iniciou a prática das condutas criminosas, com atos executórios concretos, em meados de julho de 2021. E permaneceu atuante até o dia 8 de janeiro de 2023, tendo sido composta por integrantes do governo federal e militares das Forças Armadas, com claro objetivo de restringir e impedir o livre exercício dos Poderes constituídos”, disse Moraes.