Parintins é o terceiro município do Brasil com maior atratividade cultural, segundo IBGE

Parintins, município amazonense localizado a 369 quilômetros de Manaus. (Reprodução/Yuri Pinheiro)

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – O município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), no Amazonas, foi eleito pelos brasileiros como a terceira cidade com maior atrativo cultural do País. O levantamento foi realizado pelo “Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2009-2020” e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta semana.

Além do interior do Amazonas, sobem no pódio a cidade de Crato, localizada no Estado do Ceará, em segundo lugar, e Balneário Camboriú em Santa Catarina, que ocupa o primeiro lugar.

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Ao saber da classificação positiva da cidade publicada pelo levantamento, os parintinenses comemoraram a notícia. Para o presidente do Boi Garantido, considerado um dos principais símbolos de manifestação cultural não só da ilha, mas do Norte do Brasil, Antônio Andrade, a escolha destaca o potencial turístico da região.

“Alcançar essa colocação só mostra o potencial de Parintins. Temos tudo para ser o destino cultural mais procurado do Norte do Brasil”, avalia Andrade que ressalta a necessidade de investimentos para manter o potencial turístico e o circuito cultural do lugar sempre em evidência.

O levantamento foi realizado pelo “Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2009-2020” do IBGE. (Reprodução/ Internet)

“Mas, não devemos esquecer que é preciso investimento na melhoria da infraestrutura da cidade, na rede de serviços e no trade turístico. Sabemos que já existe um investimento no município, mas não é tão bom que não possa melhorar”, destacou o gestor, citando como exemplo eventos culturais já tradicionais na cidade, que atraem, inclusive, visitantes à ilha antes mesmo do Festival Folclórico de Parintins, realizado em junho.

“Acredito que os bois têm sua parte no conjunto desse resultado. Só para citar também temos a “Festa da Alvorada” em maio, que arrasta uma multidão. A realização desses eventos torna a cidade mais atraente”, considera Andrade.

Análise

Iniciada em 2004, em parceria com o IBGE e o então Ministério da Cultura, a pesquisa busca compreender a movimentação das pessoas em relação ao lazer, socialização, entretenimento e também à economia. De acordo com o texto do levantamento, “a pesquisa investiga para onde a população de cada município se dirige em busca de um conjunto de produtos e serviços que não encontra no local onde reside”.

Além de Balneário Camboriú, Crato e Parintins também estão no “Top 10” a cidade de Caruaru, em Pernambuco; Caldas Novas, em Goiás; Ribeirão Preto, em São Paulo; Garanhuns, em Pernambuco; Porto Seguro, na Bahia; e Olinda, também em Pernambuco.

Trecho do informativo. (Reprodução/SIIC )

Força cultural e observações

Na leitura da pesquisadora e produtora cultural, Irian Butel, a força cultural local é o que impulsiona a titulação. “Não temos como não mencionar o Festival Folclórico, até porque ele não se restringe ao nicho amazônico, ele é um evento internacional. Logo, a manifestação cultural está muito bem vista pelas pessoas. Porém, temos toda uma força cultural invisível, compositores, festas de terreiros, grupos de quadrilhas, outras danças, bandas locais e, quando recebemos este título, esses artistas também ajudaram a alcançar esse status, e isso é importante ressaltar”, explica Irian.

Por outro lado, Irian menciona que ainda faltam mecanismos para que a qualidade de vida cultural da população parintinense e dos visitantes seja ainda melhor. Ela destaca a falta de alguns espaços voltados para a fomentação das artes, cultura, lazer e entretenimento na região.

“Não é desmerecendo a nossa colocação, até porque temos aqui um ciclo de produção nacional. Artistas que têm a vida profissional pautada a partir do Festival Folclórico e dele migram para outros cantos do País, para ensinar e desenvolver seus respectivos trabalhos. A gente tem essa consciência da nossa força cultural e econômica”, pontua a produtora.

“Por outro lado, além da comemoração, fica o questionamento sobre nós não temos um teatro, um cinema e outros instrumentos culturais que possam sustentar os hábitos culturais cotidianos, se formos pensar nos moldes de outros lugares. Então, celebremos, mas também reflitamos sobre esta questão”, finaliza.

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