Partido de Milei vence eleições legislativas e amplia base no Congresso da Argentina


Por: Cenarium*

27 de outubro de 2025
Partido de Milei vence eleições legislativas e amplia base no Congresso da Argentina
O presidente da Argentina, Javier Milei (Tânia Rego/Agência Brasil)

MANAUS (AM) – Quatro meses antes das eleições legislativas desse domingo, 26, Javier Milei prometeu uma consagração nas urnas, como um sinal de apoio popular ao seu governo, continuidade da política econômica e pavimentando o caminho para uma reeleição em 2027. Apesar de a Casa Rosada ter enfrentado uma sucessão de escândalos que ameaçaram a popularidade do governo antes de um pleito crucial, os argentinos decidiram dar uma vitória surpreendente ao presidente.

Os resultados mostram que o mileísmo conseguiu se impor como a principal força política do país. Com mais de 97% das mesas apuradas, o partido governista A Liberdade Avança obteve 40,8% do total de votos e 64 cadeiras na Câmara dentre as 127 que estavam em disputa — metade dos 257 assentos da Casa foi renovada. Do lado opositor, o peronismo, pelo Força Pátria nacional e regionais, conseguiu 31,6%, com 44 cadeiras; o Províncias Unidas teve 7,1%, ou 8 assentos; e a Frente de Esquerda, 4,8%, com 3 cadeiras vagas. Forças provinciais e outros grupos independentes ficaram com 15,7%, ou 8 vagas.

O Senado tinha 24 das 72 vagas em disputa. A Liberdade Avança ganhou 13, o peronismo somou outras 6 e partidos regionais ficaram com as outras 5.

O governo ganhou a província de Buenos Aires, bastião dos peronistas. Das 23 províncias mais a cidade de Buenos Aires, o governo se impôs em 15 e perdeu em 9.

O partido do presidente se reuniu em um hotel no centro de Buenos Aires, o mesmo em que Milei esperou a apuração nas eleições de 2023. No fim da noite, antes que os resultados começassem a ser divulgados, o clima já era de euforia entre apoiadores.

Milei discursou por volta das 22h30 e comemorou os resultados. “Assim como agradeço a todos os argentinos pelo enorme ato cívico, seria hipócrita se eu não fizesse um agradecimento particular aos que abraçaram as ideias da liberdade. Que linda a Argentina fica de violeta [a cor do seu partido].

O povo argentino decidiu deixar para trás cem anos de decadência e persistir no caminho da liberdade, do progresso e do crescimento, hoje começa a construção da Argentina grande“, seguiu o presidente.

Esse resultado não teria sido possível sem cada uma das pessoas deste governo“, disse ao agradecer ao chefe da Casa Civil, Francos, aos ministros Patricia Bullrich (Segurança), Luis Petri (Defesa), que foram eleitos senadora e deputado, a Luis Caputo (Economia) e outros membros do gabinete. “O resultado é confirmação do mandato que recebemos em 2023.”

O partido de Milei e o PRO (do ex-presidente Mauricio Macri), que este ano foram unidos às urnas e disputaram em todas as províncias, detinham 74 cadeiras na Câmara dos Deputados e 13 no Senado. O governo conseguiu ir além da meta de 86 vagas necessárias para um terço na Câmara e cresceu no Senado, onde não precisava renovar cadeiras.

Em 2023, quando concorria à Casa Rosada, Milei chegou ao seu local de votação, cercado por apoiadores e disposto a discursar. Neste domingo, optou por uma postura mais austera: entrou sem falar com os eleitores e esperou por cinco minutos antes de depositar seu voto. Na saída, tirou fotos com militantes, ouviu aplausos e algumas vaias, evitou perguntas dos jornalistas e foi escoltado até um carro da comitiva presidencial.

A vitória expressiva de Milei coloca mais pressão sobre o peronismo, desarticulado desde o fracasso o governo de Alberto Fernández (2019-2023). O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, votou em La Plata. Principal oponente de Milei, ele chegou cerca de 20 minutos antes com sua mulher, Soledad Quereilhac, e foi parado por apoiadores, que pediram para tirar fotos. Em seguida, falou aos jornalistas.

Definimos uma agenda importante para a vida nacional“, disse o governador bonaerense. “Todos os dias, desde que assumi como governador, me coloco à disposição para dialogar com a autoridade nacional. Eles têm o meu telefone“, queixou-se Kicillof, ao responder sobre a falta de diálogo com o governo nacional.

Ao comentar os resultados no fim da noite, o governador disse que Milei erra, se ignorar o sacrifício do povo. “Observamos que em 7 de setembro, quando o povo da província se pronunciou, o governo foi aos Estados Unidos pedir apoio a Donald Trump. Quero deixar claro que os EUA não são uma sociedade beneficente, vieram à Argentina para lucrar e colocar os nossos recursos em risco. O governo tem ainda mais responsabilidade agora“, disse.

Em prisão domiciliar, a ex-presidente Cristina Kirchner foi impedida de votar por uma decisão da Câmara Nacional Eleitoral. Após ter tido sua sentença de seis anos de detenção confirmada pela Corte Suprema de Justiça, por administração fraudulenta em prejuízo do Estado, a autoridade eleitoral ordenou a sua exclusão do registro de votantes.

(*) Com informações da Folha de S. Paulo

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