Passagens aéreas têm queda de 26% e registram menor taxa inflacionária em 14 anos

Em maio, o setor expressou ligeira melhora, mas ainda estava em situação caótica. (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Da Revista Cenarium*

RIO DE JANEIRO – Impactada pelos preços das passagens aéreas, que continuam a cair em meio à pandemia de Covid-19, a prévia da inflação de junho somou 0,02%, o menor resultado para este mês desde 2006, informou nesta quinta-feira, 25, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As passagens aéreas recuaram 26,08% na prévia da inflação de junho. Em maio, já haviam registrado -27,08%, segundo a divulgação anterior do IPCA-15. Assim, o setor puxou o índice deste mês para baixo. Nas duas divulgações anteriores, em abril e maio, o registro havia sido de deflação.

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Abril havia sido o pior mês da história da aviação, disse na semana passada ao jornal Folha de S.Paulo Eduardo Sanovicz, presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). Em maio, o setor expressou ligeira melhora, mas ainda estava em situação caótica.

Antes da pandemia, a média de voos diários no país era 2.600. Entretanto, esse número caiu para 180. Em maio, subiu para 262, ainda com a malha aérea dez vezes menor do que o período antes da chegada do novo coronavírus. Em junho, esse número subiu para 350.

A pandemia foi decretada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) no dia 11 de março. A partir da segunda quinzena de março, estados e municípios estipularam restrições à circulação de pessoas, com o fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de conter o avanço da doença. Os aeroportos foram alguns dos espaços que mais sentiram o distanciamento social.

Segundo o IBGE, todas as áreas abordadas na pesquisa do IPCA-15 de junho tiveram deflação nos preços das passagens aéreas, variando entre -34,37%, em Belém, e -15,85%, em Fortaleza.

Com o resultado do setor aéreo, o grupo dos Transportes representou o maior impacto negativo na prévia da inflação, sendo o responsável por -0,14 ponto percentual no IPCA-15 divulgado nesta quinta (25).
Outro item do grupo que teve queda foi o preço dos combustíveis, que caiu pelo quarto mês seguido, de -0,34%, bem menor do que os -8,51% de maio. A gasolina variou -0,17%, o óleo diesel -4,39% e o etanol -0,49%.

Dados

Na semana passada, a Petrobras aumentou em 5% o preço da gasolina em suas refinarias, ou em R$ 0,07 o litro. Foi o sexto aumento seguido desde o começo de maio, as cotações internacionais do petróleo iniciarem processo de recuperação.

O reajuste no preço da gasolina levou o litro a ser vendido por R$ 1,53, em média, nas refinarias da estatal. Já o diesel chegou a R$ 1,63 o litro, uma alta de 8%, ou R$ 0,12 o litro. Ainda assim, os valores são menores do que os vigentes no início do ano. No acumulado de 2020, a redução do preço da gasolina é de 20,2%, enquanto a do diesel é de 30,2%.

Já no grupo Alimentação e Bebidas, a alta foi de 0,47%, impactando em 0,09 ponto percentual o índice do mês. A alimentação em domicílio cresceu 0,56%, influenciada pelo aumento nos preços da batata inglesa (16,84%), carnes (1,08%), cebola (14,05%) e feijão-carioca (9,38%).

A alimentação fora do domicílio também acelerou 0,26%, puxada pelo item lanche, que chegou a 0,82% de maio para junho.
A alta nos alimentos fez o Rio de Janeiro registrar o maior índice do IPCA-15, com 0,27%. Quatro três das 11 regiões pesquisadas apresentaram deflação em junho, sendo o menor resultado na região metropolitana de Belém (-0,20%).

(*) Com informações da Folhapress

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