‘Passou de mão em mão’, diz Moraes em julgamento sobre trama golpista


Por: Jadson Lima

22 de abril de 2025
‘Passou de mão em mão’, diz Moraes em julgamento sobre trama golpista
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal julga "minuta do golpe" (Gustavo Moreno/SCO/STF)

BRASÍLIA (DF) – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou, nesta terça-feira, 22, que o documento para reverter o resultado da eleição presidencial de 2022 “passou de mão em mão” até chegar ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). A “minuta do golpe”, como foi classificada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foi apreendida inicialmente na residência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, mas ao longo das investigações outros documentos foram encontrados.

A declaração ocorreu durante o julgamento do núcleo 2 da organização criminosa que tentou manter Bolsonaro no poder, após ele perder a eleição para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Neste julgamento, a Primeira Turma do STF analisa denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, o general Mário Fernandes e mais quatro pessoas.

Durante a sessão, Moraes afirmou que não mais dúvidas em relação à materialidade dos crimes apontados na ação penal, dentre os quais estão: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. De acordo com o magistrado, Jair Bolsonaro admitiu discussões em torno das propostas que eram levadas até ele para a decretação de estado de defesa ou de sítio, entre os meses de novembro e dezembro de 2022.

O ministro Alexandre de Moraes afirma que a “minuta do golpe” passou por várias mãos (Divulgação/Conjur)
Julgamento

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, STF, retomou há pouco o julgamento que vai decidir se seis denunciados do Núcleo 2 da trama golpista se tornarão réus. A análise do caso começou nesta terça-feira, 22, e foi suspensa para o almoço.

De manhã, os ministros ouviram a sustentação oral da defesa dos denunciados e a acusação do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O colegiado também rejeitou as alegações preliminares dos advogados, como o impedimento dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin para julgar a denúncia, a incompetência da Primeira Turma para analisar o caso, a alegação de falta de acesso amplo às provas e a nulidade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

A partir de agora, os ministros iniciam a votação de mérito, ou seja, vão decidir se os acusados responderão a uma ação penal ou se a denúncia será rejeitada.

Fazem parte do núcleo 2:

Filipe Martins, que foi assessor de Assuntos Internacionais do então presidente Jair Bolsonaro;
Marcelo Câmara, também ex-assessor de Bolsonaro;
Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal;
Mário Fernandes, general da reserva;
Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça.

Leia mais: Comissão do STF sobre Marco Temporal termina sem conciliação

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