Carol Givone – Da Revista Cenarium
MANAUS – Áudios de uma suposta manifestação violenta contra o governador Wilson Lima, foram divulgados neste sábado,18, pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). Uma denúncia levou a Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), a investigar um grupo no aplicativo de mensagens Whatsapp, por incitar a violência e a desordem na cidade.
Nos áudios, dois homens com identidade ainda desconhecida, planejam atear fogo em veículos de passeio e ônibus do transporte coletivo, causando o caos na cidade.
“A gente podia começar a carreata, aí onde você ‘tão’ querendo iniciar, e terminar lá na avenida Brasil ‘mano’, depredando lá onde era o gabinete desse ‘vagabundo’ tu tá entendendo? Por que agora ele está lá na Nilton Lins meu irmão. Tem que ‘tocar’ o terror, vai ser só uma ‘passeatazinha’, tipo comemorando time de futebol; um carro atrás do outro. Tem que ‘tocar o terror’ mesmo, chamar atenção da mídia e tocar fogo em carro pelo menos em dois, três carros pra chamar atenção. ‘Mano’ aí o ‘bagulho’ fica doido”, descreve o suspeito.
A resposta veio em seguida, por um outro suspeito não identificado, que também concorda com a passeata, mas alega não querer destruir patrimônio ‘particular’.
“Não, sim com toda certeza pô. Acender as fogueiras é uma coisa que é certo, que em manifestações quando saem do controle, elas são acesas. ‘Mas’ porém, o que eu estou colocando que não devemos é a atingir é pessoas que não tem nada a ver com a manifestação. Pois elas também são cidadãs do Brasil, elas são cidadãs amazonenses, então no caso elas conquistaram seus bens através dos seus esforços trabalhistas; elas trabalharam para conquistar os bens materiais”, explica inicialmente o plano.
“Então de fato, não vai ser aceito que a pessoa ‘chegue lá’ e ‘taque fogo’ em seu veículo ou bem material. O correto é ver que algum transporte público esteja em ‘cacarecos’, de mau funcionamento; mas lógico com abordagem agressiva, mas não é agredindo o condutor e o cobrador do veículo. Pedir para que eles retirem do ônibus e ateiem fogo nele, só isso. Não precisa tipo, queimar patrimônio particulares de pessoas e terceiros, para fazer esse gesto mais agressivo, é isso que eu estou querendo colocar” finaliza a gravação.
Segundo a delegada-geral de Polícia, Emília Ferraz, um procedimento investigatório está em curso e alguns suspeitos já foram identificados. Eles poderão responder por incitação ao crime, organização criminosa e até dano qualificado, dependendo da circunstância.
Emília Ferraz destaca que, além de colocar vidas em risco com atos de depredação e possíveis incêndios, o grupo ainda provocaria aglomeração, facilitando a disseminação de vírus que causam síndromes respiratórios agudas e do novo coronavírus, já que o Estado e o mundo enfrentam uma pandemia de Covid-19 atualmente.
A delegada afirmou que o Serviço de Inteligência do Estado atua junto à Polícia Civil, na identificação das pessoas que planejam promover o ‘ quebra-quebra’ pela cidade. Assim que concluída essa etapa da investigação, as medidas judiciais serão adotadas.
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