Pergunta de R$1 milhão: até quando Bolsonaro suporta a capa de ‘Bonzinho Paz e Amor?’

A expectativa de mudanças de humor do presidente pode comprometer o resto do mandato (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Via Brasília – Da Revista Cenarium

Até quando?

Quando se lançou candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (sem partido) vestiu a capa de “nova política” e convenceu. Vestiu a capa de liberal na economia e convenceu. Vestiu a capa do combate à corrupção, convenceu. Por isso logrou vitória, em 2018. Nos dois anos e meio em que se recusa a governar, Bolsonaro queimou suas bandeiras e muitas pontes, e saiu mais chamuscado do que entrou, quando decidiu, com os amalucados da extrema-direita, se lançar numa aventura golpista. Logo após a carta recuo, em que prometeu se comportar, ao ser cobrado em live por apoiadores a manter os ataques ao STF, saiu-se com “deixa acalmar”. A quem Bolsonaro ainda convence?

Problemas reais

Bolsonaro falou na live para o “público interno”, para quem não importam os problemas reais do País. Com seus radicais, nem para fazer demagogia, ele fala de temas do dia a dia das pessoas: fome, inflação, da alta nos preços do gás de cozinha, da carne, da gasolina e do desemprego. Suas bravatas só ecoam a sua bolha que, diga-se de passagem, não é pequena. Supondo que Bolsonaro detenha, como revelam a maiorias das pesquisas, entre 30% e 25% de aprovação, na melhor das hipóteses, são mais de 50 milhões que tem como prioridade avacalhar o País e provocar um estado de sítio ou algo que permita superpoderes a Bolsonaro. Estar ao lado dele, hoje, é defender a volta do autoritarismo.

Maioria fora

Ainda bem que uma imensa maioria dos brasileiros está fora! Ao menos 73% dos brasileiros apoiam a Democracia e o Estado de Direito, e os que rechaçam o governo Bolsonaro oscilam entre 62% e 64%, algo como mais 130 milhões de cidadãos do País, apontam pesquisas de opinião. É esta parcela da sociedade, imensa maioria, sim, o alvo das manifestações preparadas para ocorrer no próximo domingo (12/9), em São Paulo, cuja pauta, era antes “Nem Lula, nem Bolsonaro”, e que busca agora focar no impeachment do presidente para atrair maior número de pessoas e, assim, bater os atos de 7 de setembro.

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12/09

Parlamentares e políticos de campos opostos se preparam para estar em São Paulo, no domingo, 12, para a manifestação convocada pelo MBL. De Ciro Gomes a Luiz Henrique Mandetta, de Júlio Delgado a Marcelo Ramos, a turma que engrossa o coro pró-impeachment de Jair Bolsonaro já garantiu passagem aérea para marcar presença no ato na Avenida Paulista. O PT ainda resiste porque prefere ver Bolsonaro sangrar até enfrentá-lo fraco, em 2022. O PDT, PSB, PSDB (provavelmente sem Aécio Neves) e DEM também confirmaram presença no 12 de setembro.

Ação nas redes

Membros da própria esquerda dizem que há chances de a mobilização ser bem-sucedida por atrair manifestantes que não se identificam com o bloco e que estão insatisfeitos com o governo Bolsonaro. Há dúvidas, no entanto, se o protesto será capaz de bater a manifestação bolsonarista. A tendência é de ação forte dos organizadores nas redes sociais nesta sexta-feira, 10, e sábado, 11, para encher as ruas. Nesta sexta-feira, 10, o discurso dos opositores de Bolsonaro é de que não houve recuo do presidente da República e que a qualquer momento uma nova crise virá à tona. Só contaram pra eles…

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