‘Perseguição pública implacável’, diz Flordelis ao se declarar inocente no Conselho de Ética da Câmara


16 de março de 2021
‘Perseguição pública implacável’, diz Flordelis ao se declarar inocente no Conselho de Ética da Câmara
Flordelis chora e se diz inocente no Conselho de Ética da Câmara (Reprodução/Internet)

Com informações do G1

SÃO PAULO – A deputada Flordelis (PSD-RJ) se disse inocente e chorou, nesta terça-feira, 16, ao fazer a própria defesa em uma reunião do Conselho de Ética da Câmara. A parlamentar negou as acusações de que tenha mandado matar o marido, o pastor Anderson do Carmo.

Flordelis responde pela acusação criminal na Justiça do Rio de Janeiro e, no Conselho de Ética, é alvo de uma representação por quebra de decoro que pode levar à cassação do mandato.

“Eu sou inocente e não mandei matar meu marido. Eu não participei de nenhum ato de conspiração”, afirmou Flordelis, que disse estar sofrendo uma perseguição pública implacável.

Anderson foi morto a tiros na garagem de casa em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, em 2019. Flordelis é ré por cinco crimes relacionados ao caso, incluindo homicídio triplamente qualificado e associação criminosa. A parlamentar nega todas essas acusações.

Desde outubro de 2020, Flordelis tem sido monitorada por tornozeleira eletrônica. Por ser deputada, ela goza de imunidade parlamentar e só poderia ser presa em flagrante. Em janeiro deste ano, uma das filhas da deputada confessou ter pagado R$ 5 mil para matarem o pastor.

A motivação do crime seria as constantes investidas sexuais do pastor. Ao Conselho de Ética, a deputada afirma não saber de nada. “Eu não sabia o que estava acontecendo dentro da minha casa. Eu não sabia que meu marido estava assediando a minha filha”, afirmou.

Flordelis relatou ainda que não tinha tido coragem de ouvir a confissão da filha. “Eu ainda não tive coragem de ouvir a confissão toda da minha filha, mas fiquei sabendo. Não era esse o caminho que ela tinha que tomar. Eu sou a favor da vida”, disse.

Afastamento do mandato

A reunião desta terça foi convocada para que o relator do processo por quebra de decoro, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), apresente um plano de trabalho para a análise do caso. Esse planejamento inclui o cronograma das testemunhas que serão ouvidas pelo conselho:

  • Allan Duarte Lacerda, delegado de polícia responsável pela condução do inquérito policial referente ao caso;
  • Barbara Lomba Bueno, delegada de polícia responsável pela condução do inquérito policial referente ao caso;
  • Simone dos Santos Rodrigues, filha de Flordelis (indicada pela defesa);
  • Marzy Teixeira da Silva, filha de Flordelis (indicada pela defesa);Adriano dos Santos Rodrigues, filho de Flordelis (indicado pela defesa);
  • Flávio dos Santos Rodrigues, filho de Flordelis (indicado pela defesa);
  • André Luiz de Oliveira, filho de Flordelis (indicado pela defesa);
  • Deputada Flordelis;

Flordelis fez ainda um apelo aos colegas deputados: “Quero pedir que não cometam nenhuma injustiça comigo”. Em 23 de fevereiro, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou que Flordelis fosse afastada do mandato até que as acusações criminais fossem julgadas.

A Câmara, no entanto, ainda não se pronunciou sobre essa decisão e também não submeteu o tema à análise do plenário, que teria a palavra final para confirmar o afastamento ou rejeitá-lo. Com isso, até o momento, Flordelis continua no exercício do mandato e pode participar normalmente das votações.

Entenda o caso

O inquérito policial concluiu que o pastor Anderson do Carmo foi morto por questões financeiras e poder na família – o pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado Comunidade Evangélica Cidade do Fogo.

Flordelis é uma das 11 pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e só não foi presa porque tem imunidade parlamentar. Os outros 10 réus estão na cadeia, entre eles sete filhos e uma neta da deputada.

A deputada vai responder por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e tentativa de homicídio (pelo envenenamento).

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