Persistem casos de malária e desnutrição na TI Yanomami; veja números
Por: Cenarium*
09 de abril de 2025
BRASÍLIA (DF) – Apesar da redução de mortes na Terra Indígena (TI) Yanomami, a malária e a desnutrição estão longe de ser extintas, e os casos de infecção respiratória aguda tiveram alta, mesmo após dois anos de operação do Governo Lula (PT) contra o garimpo ilegal.
Segundo o governo, entre 2023 e 2024, os casos de morte por malária diminuíram 35% e o número de testes aumentou 73%, considerando o período entre janeiro e setembro, já que a pasta não disponibiliza dados mais atuais.
O número de casos de malária cresceu de cerca de 14 mil para 18 mil, mais que a metade dos 32 mil indígenas que vivem na localidade (casos de reinfecção são comuns). O governo afirma que o número de profissionais atuando no território subiu 155% e o atendimento foi ampliado em 268%.
No entanto, os registros de infecção respiratória aguda explodiram, subindo 272% —de 3.133 no primeiro semestre de 2023 para 11.484 no mesmo intervalo do ano seguinte. O déficit nutricional entre menores de cinco anos ficou estável, enquanto as mortes por desnutrição caíram 68%.
Os dados divulgados pelo governo não cobrem todo o ano de 2024.
Posicionamento
Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que o aumento no atendimento e na testagem também eleva o número de casos, e destacou a redução de mortes.
“A precarização dos serviços e sistemas de saúde indígena até 2022 resultou em uma situação de emergência sanitária por desassistência no Território Indígena Yanomami“, disse o ministério.
A atual crise dos Yanomami tem origem na explosão do garimpo ilegal na região, impulsionado durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Como mostrou a Folha, a gestão passada desativou postos de atendimento e deixou a região em situação precária.
Em janeiro de 2023 o governo Lula iniciou uma operação contra o garimpo ilegal e para recuperação do quadro sanitário.
“O restabelecimento da assistência ao território a partir de 2023 permitiu suprir lacunas assistenciais, ampliar as ações de prevenção e controle de doenças e obter dados mais fidedignos sobre a situação de saúde local“, completou o ministério.