Pescado Mamirauá, ‘livre’ de rabdomiólise, é vendido na Feira do Tambaqui em Manaus

Peixes são oriundos da unidade de conservação Mamirauá (Arquivo/ FAS)
Suzy Figueiredo – Da Cenarium

MANAUS – O peixe considerado um alimento saudável e nutritivo, se tornou motivo de preocupação para a população manauara após o surto de rabdomiólise, no Amazonas. Mas para quem não abre mão do pescado, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e a Associação de Moradores e Usuários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) realizam a Feira do Tambaqui que será livre da “doença da urina preta”.

A venda do pescado teve início no dia 4 de setembro e deve se estender até sexta-feira, 10, das 7h às 15h, na sede da FAS, localizada na Rua Álvaro Braga, 351, bairro Parque 10, zona Centro-Sul de Manaus. A fundação afirma que os peixes oriundos da Unidade de Conservação (UC) Mamirauá vêm de uma faixa territorial que não tem incidência dos casos de rabdomiólise.

“Graças a Deus não temos nenhum caso de rabdomiólise. Esse é um tambaqui que veio do médio Rio Solimões. São duas comunidades que pertencem à unidade de conservação Mamirauá. Temos tambaqui de 4kg até 2kg, conforme o tamanho varia o preço”, explicou o gerente do Programa Floresta em Pé da FAS, Edvaldo Corrêa.

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A venda do pescado foi autorizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema), com apoio da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror).

Beneficiados

O resultado proveniente das vendas será repassado para mais de 100 pessoas que residem nas comunidades Catiti e Mangueira, da RDS Mamirauá. “Venha contribuir para a questão do desenvolvimento, para a melhoria da qualidade de vida das famílias oriundas da unidade de conservação. Comprando esse tambaqui, você está ajudando a manter a floresta em pé”, convidou Corrêa.

Os beneficiários contam que a venda só trouxe benefícios e consequentemente mudou a história de muitos, principalmente de quem faz o manejo e acompanha todo o processo. “Nós somos um grupo de 30 pescadores à frente do manejo, sendo dez mulheres que ajudam a vigiar os lagos, colocam madeira, tratam o peixe, ao mesmo tempo que cuidam das casas e dos filhos”, contou Antônia da Silva Fernandes, 34 anos, mãe de cinco filhos e moradora da Comunidade do Mangueira.

Valor do peixe varia conforme tamanho e o peso (Divulgação/FAS)

Ela lembra que antes não havia fartura de peixe devido à ilegalidade, mas que a realidade mudou com a criação da reserva e do manejo. “Com a reserva, a vida melhorou muito, a gente está melhorando nossas casas, nossa moradia, a gente tem geladeira, televisão e podemos dar uma educação melhor para nossos filhos”, afirmou.

“Foi muito trabalho e uma longa viagem para chegar aqui. Nosso peixe é de qualidade, que a gente se alimenta todos os dias. Então, pode vir comprar que a gente garante a qualidade”, concluiu a pescadora, falando do esforço do grupo ao trazer o peixe para Manaus.

Preços variados

Os valores dos peixes variam entre R$8 e de R$16, dependendo do quilo. Até 4 kg a R$ 8/kg; de 4,001 a 5 kg, por R$10/kg; de 5,001 a 6,999 kg, por R$ 13/kg; e acima de 7kg, por R$ 16/kg. Como os peixes serão vendidos por inteiro, logo, não haverá tratamento.

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