Pesquisa aponta que 49% dos empresários do turismo paraense demitiram funcionários durante a pandemia

A pesquisa procurou entender a necessidade da malha turística do Estado e propor soluções pós-crise - Divulgação

Da Revista Cenarium*

Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Turismo do Pará (Setur) quantificou os impactos causados pela pandemia de Covid-19 na atividade. O levantamento ocorreu entre os dias 8 a 27 de abril, e pretendia ouvir as preocupações e necessidades das empresas paraenses que atuam no setor. Um total de 80% dos entrevistados admitiu a necessidade de crédito nesse momento.

O estudo abrangeu 19 municípios paraenses, com maioria de empresas de turismo localizada na capital Belém (33%), seguida pelos municípios de Marabá (17%), Bragança (11%), Salinópolis (9%) e Santarém (7%). Também foram ouvidos empreendedores de Soure, Alenquer, Ananindeua, Augusto Corrêa, Barcarena, Castanhal, Itupiranga, Juruti, Limoeiro do Ajuru, Medicilândia, Monte Alegre, Parauapebas e Tucuruí.

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O secretário de Estado de Turismo do Pará, André Dias, diz que era necessário desenvolver a pesquisa para entender o atual cenário econômico durante a pandemia. “Tínhamos algumas projeções a nível nacional e internacional, que nos dava uma ideia, mas precisávamos ter esse cenário local. A partir disso, vamos planejar a retomada e ações mitigadoras desses impactos no setor. Todo o nosso trabalho à frente do turismo estadual está pautado em pesquisa e ciência, na busca da recuperação da economia da atividade turística”.

Detalhamento

A pesquisa buscou detectar alternativas e soluções encontradas ou pleiteadas pelo trade paraense. Sobre as medidas tomadas pelos empresários para minimizar o impacto da crise desde abril, financiamento ou empréstimo bancário (14%), descontos ou promoções (12%), parcerias com outros estabelecimentos ou fornecedores (12%), adiamento de investimentos (11%) e adiamento de novos projetos (11%) foram as mais citadas.

Das medidas governamentais mais aguardadas pelo setor, a redução de tributos (sejam eles municipais, estaduais ou federais) somou quase 70% dos empresários entrevistados e outros 22% mencionou a concessão de empréstimos.

Em relação aos preços cobrados pelos produtos ou serviços, um total de 39% dos empresários reduziu os valores cobrados anteriormente, 38% manteve os preços no mesmo patamar e 22% não tomou nenhuma decisão. Já no que tange ao faturamento, 98% dos empresários admitiram prever redução na receita anual em diferentes patamares que variam numa queda de até 25% a mais de 75%.

Além disso, 49% das empresas reconheceram que já foram ou serão feitas demissões. Todavia, o setor demonstra expectativas positivas numa mudança de cenário. 44% dos empresários acreditam que vão retomar o faturamento anterior a Covid-19 em 2021, e um grupo ainda mais otimista de 27% crê na recuperação do setor ainda neste segundo semestre de 2020.

Medidas

A pesquisa demonstrou que 42% dos empreendimentos de turismo são de micro empresas, ou seja, possuem uma receita bruta anual de até R$ 360 mil. Os chamados MEIs (microempreendedores individuais), com faturamento bruto anual de no máximo 81 mil reais, também se destacam totalizando 32% do universo de entrevistados. E 19% dos estabelecimentos se enquadram como empresas de pequeno porte, no qual o teto da receita brutal é de R$ 4,8 milhões por ano.

O levantamento também apontou que meios de hospedagem (29%), restaurantes (17%), agências de viagem e operadoras turísticas (17%), e empresas de eventos (10%) compõem a maior parte das empresas do setor turístico paraense. Um dado curioso é o que mostra o tempo de vida destas empresas. A maioria delas (27%) possui entre 10 e 20 anos de existência, isto é, são negócios já maduros. Entretanto, 23% são novos empreendimentos com a 1 a 3 anos de funcionamento, apontando que recentemente houve um boom no setor turístico paraense.

Dias afirma que o Estado já possui medidas para implementação imediata quanto para implementação após o retorno das atividades. “Estamos falando de reposicionamento de comunicação, marketing e redes sociais para fazer circular a informação neste período. Vamos manter contato com o trade, discutir temas importantes para o turismo e principalmente o que vai acontecer com o mercado e como se preparar para o momento pós-Covid”, conclui André Dias.

*Com informações da Agência Pará

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