Pesquisa de professor do AM identifica melhores países no combate à Covid-19

América do Norte e América Latina são consideradas regiões menos preparadas para enfrentar a pandemia, em parte por conta do mau comportamento adotado pelos presidentes Trump e Jair Bolsonaro (Reprodução/ Internet)

Da Revista Cenarium*

MANAUS – Em artigo publicado na International Journal for Innovation, Education and Research (A2 Qualis), o professor do Departamento de Engenharia de Produção, da Faculdade de Tecnologia, Jonas Silva, elaborou uma metodologia capaz de comparar os países e apontar os 20 melhores no combate à Covid-19.

Parte de uma série de estudos internacionais complementares que o autor está desenvolvendo em seu pós-doutorado na Universidade de Manchester, na Inglaterra, a pesquisa levou perto de seis meses para coletar e analisar os dados, tendo como objetivo principal desenvolver uma metodologia holística para identificar vinte países modelos em salvar vidas contra a Covid-19.

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“Em síntese, a pesquisa inicia apontando os países mais críticos do planeta em casos fatais da Covid-19, destacando um quadro com uma lista de maus exemplos comportamentais praticados pelos presidentes dos dois países mais críticos do planeta (EUA e Brasil), em seguida apresenta às duas principais perguntas do estudo “Quais são os melhores países?” e “Como identificá-los?”, conta o autor da investigação.

Para respondê-las, o pesquisador criou uma metodologia em 15 fases, nas quais foram feitos ranqueamentos com base em dados internacionais que avaliaram mais de 200 países nos últimos anos em áreas como saúde, inovação médica, sustentabilidade, imagem de cada país e competitividade das nações.  

“Para cada um dos 13 rankings, foram selecionados apenas os 50 melhores países, todos colocados em planilha eletrônica, resultando no total de 108 países considerados bem avaliados”, informa o professor. “A seguir, um 14 ranking foi criado para escolher os semifinalistas, resultando em 44 países escolhidos usando os seguintes critérios: a) estar presente entre os 50 melhores países em pelo menos sete dos 13 rankings internacionais; b) ter obtido os melhores indicadores em valor médio da pontuação total (score) e menor variabilidade em torno da média. Como resultado, 44 países foram considerados semifinalistas”, explica.

Na 15ª e última fase da investigação, Jonas Silva focou em escolher entre os 44 países, os 20 melhores, tendo como base um indicador criado por ele chamado de Fatality Total Index (FTI). “O FTI considera o número de casos reais fatais estimados em cada nação por um milhão de habitante durante 180 dias de enfrentamento da pandemia. Vale a pena ressaltar que compõe parte do FTI, um indicador que estima o percentual de casos subnotificados de Covid-19 ao longo do tempo em cada país, criado pelo CMMDI [Center for Mathematical Infectious Disease Modeling] da London School of Hygiene & Tropical Medicine”, revela.

Dentre as conclusões expostas no artigo, a principal delas verificou que “entre 108 nações bem avaliadas, as seis melhores em salvar vidas da população contra a Covid-19 durante 180 dias são países da Ásia (Vietnã, Taiwan, Tailândia, China, Malásia e Cingapura), os quais sofreram de casos fatais da primeira pandemia do novo Coronavírus em 2002/2003, seguido de Coreia do Sul, Nova Zelândia, Austrália, Japão, HK, Chipre, Grécia, Letônia, Islândia, Emirados Árabe, República Checa, Lituânia, Noruega e Estônia”.

“As seis melhores nações foram da Ásia, as quais sofreram com mortes do coronavírus em 2002,2003, o que evidencia que estes países aprenderam com as lições do passado, fizeram investimentos e estão mais preparados para uma nova pandemia que países que não tiveram registros de morte naquela época”, declara o pesquisador.

Outro dado levantado pelo trabalho indica que a “maioria (11=55%) dos 20 finalistas é da Ásia, seguido de sete (35%) da Europa, dois (10%) da Oceania, e nenhum da América do Norte, nem da América Latina, estas últimas regiões consideradas menos preparadas para enfrentar a pandemia, em parte por conta do mau comportamento adotado pelos presidentes Trump e Jair Bolsonaro”.

“Os comportamentos ruins vão em direção oposta ao que a ciência e a OMS [Organização Mundial da Saúde] recomendam, tais como: 1. Ignorar alertas e conselhos dados lá no início da pandemia pelos cientistas, OMS e serviço de inteligência; 2. Atacar a OMS; 3. Não seguir os protocolos de segurança contra a Covid-19; 4. Confundir e desencorajar medidas corretas; 5. Espalhar mais de 595 fake News ou informações distorcidas sobre a Covid-19 entre janeiro e julho de 2020; 6. Divulgar e forçar o uso de remédio sem eficácia contra a Covid-19 e 7. Não ter iniciativa e liderança para agir rápido para unificar e organizar o país contra a pandemia”, argumenta o autor.

Com base na pesquisa feita, o professor Jonas Silva, em seu novo trabalho, irá averiguar quais as boas práticas de gestão adotadas nos países mais bem avaliados para sirvam de exemplo para os demais.

(*) Com informações da assessoria da Ufam

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