Pesquisa do BID aponta 58% de satisfação dos amazonenses com os serviços digitais do Estado

Estudo mostra que o governo do Estado do Amazonas foi bem avaliado e que ainda há espaço para crescer mais nos serviços públicos on-line (Reprodução/Internet)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Pesquisa realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apontou que os amazonenses tem 58% de satisfação com os serviços digitais estaduais do Amazonas. O estudo foi realizado durante a pandemia e tem por objetivo apoiar o governo para a aceleração dos processos de digitalização dos serviços oferecidos pelo Estado.

O número de satisfeitos é maior que a média nacional que é de 53%. Os insatisfeitos somam 7%, quando a média nacional é de 11%. O levantamento aponta ainda que 98% dos amazonenses possuem conectividade via celular, o que possibilita que o governo do Estado invista ainda mais nos serviços online já que a pesquisa aponta nessa direção.

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Executivo do BID detalha a intenção do levantamento dos dados a nível de Brasil. “Nosso objetivo é apoiar o País, tanto no nível federal, quanto nos Estados e municípios, a identificar fortalezas e oportunidades de melhoria na transformação digital de seus governos”, destacou o representante do BID no Brasil, Morgan Doyle.

Mapa digital

O trabalho dos pesquisadores do BID foi via remota, por telefone, entre os dias 6 de outubro e 10 de dezembro de 2020. A coleta de dados foi nacional e revelou que no Amazonas, 98% da população acessa a Internet pelo aparelho celular e 90% por meio de Wi-Fi em casa. Os números foram colhidos pelo critério de autodeclaração e revelam que o Estado está acima das duas médias nacionais que são de 95% e 87%, respectivamente.

Outra informação apontada pela pesquisa é que a procura da população por acesso aos serviços privados e públicos é por via celular e esse número é de 89%. O estudo do BID diz ainda que nos últimos 12 meses, os pesquisados informaram que recorreram a algum serviço do governo do Estado por meio digital ou telefônico. Essa porcentagem ficou em 47%, maior que a média nacional que é de 40%.

Para a economista Denise Kassama “os serviços públicos já são uma realidade no mundo e a pandemia apenas acelerou o processo”. No caso do Amazonas, ela comemora: “antigamente era fila para dar entrada, fila para pagar, fila para tudo. Você gastava um dia inteiro no Detran, por exemplo”, recordou.

Investimentos educacionais

A economista avalia que os números da pesquisa são uma grande oportunidade para gerar não só ganhos financeiros, mas também ganhos sociais. “Essa realidade é um novo parâmetro que exige mais qualificação e menos força bruta”, observou. “O governo deve investir no ensino público em qualificações técnicas visando essas tendências tecnológicas”, apontou Kassama.

De acordo com Denise, o serviço digital, de uma certa forma, gera economia para o governo, uma vez que aloca menos pessoas e realiza os serviços com mais eficiência. “Ele gera crescimento na medida em que o governo possa alocar os recursos em outras atividades. Também gera novos nichos de mercado de trabalho na área digital”, sentenciou.

“É um processo irreversível, mesmo a Internet sendo ruim. Agora que existem sistemas como Zoom, Meet e etc… não precisa mais nem gastar para viajar, hospedar. Tem o Pix. Lembro que há dez anos, eu tinha um funcionário que precisava madrugar na porta da Receita Federal para pegar uma senha e resolver algum assunto. São novos mundos e eu ainda nem sei mexer no meu Instagram”, finalizou, com bom humor.

A instituição BID

O BID é uma instituição com mais de meio século de atuação na América Latina e o Caribe. Foi criado em 1959 e se configura com uma das principais fontes de financiamento a longo prazo em projetos que promovam crescimento social, econômico e institucional de sua área de abrangência. O BID também realiza ainda pesquisas pioneiras e disponibiliza assessorias técnicas sobre políticas, capacitação e assistência técnica para clientes públicos e privados.

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