Pesquisador da Fiocruz confirma terceira onda de Covid-19 no Amazonas

Pesquisador ressalta que esse ainda não é o pico da terceira onda (Reprodução/ Internet)

Priscilla Peixoto e Eduardo Figueiredo – Da Revista Cenarium

MANAUS — Com a chegada da variante Ômicron e um crescimento significativo de casos confirmados da Covid-19 nos últimos dias, o pesquisador da Fiocruz Felipe Naveca confirmou ao programa ‘BOA NOITE, AMAZÔNIA‘, na rádio Onda Digital, que o Estado entrou na terceira onda do novo coronavírus.

“O aumento do número de casos confirmados de Covid-19 nos últimos dias mostra que nós estamos claramente em uma curva ascendente de casos, então é mais uma onda surgindo, o aumento foi muito forte de um dia para o outro. No dia 10, nós tínhamos 229 casos confirmados, no dia 11, passa para mais de mil e ontem mais de 1.600 casos”, afirma o pesquisador da Fiocruz, que destaca ainda que este não é o pico da nova onda.

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“O quanto nós vamos chegar no número de casos ainda é difícil prever, mas alguns modelos matemáticos já estabelecem que nós ainda não estamos no pico de casos”, ressaltou.

Para Naveca, o aumento de casos confirmados tão rapidamente é reflexo da chegada da nova variante ao Amazonas e dos encontros e confraternizações realizados no final do ano. “Isso é um reflexo da detecção da variante Ômicron, que é extremamente transmissível no Amazonas, e também das festas de final de ano. Então esse efeito somatório de aumento das pessoas se encontrando e da diminuição dos cuidados de prevenção levam a esse aumento de casos que nós já estamos observando”, disse Felipe Naveca, em entrevista à REVISTA CENARIUM.

Cenário parecido com 2021

Até esta quinta-feira, 13, o Amazonas já aplicou 5.617.157 doses de vacina contra Covid-19, o pesquisador ressalta que certamente se não fosse a vacinação os amazonenses estariam próximos de reviver momentos dramáticos, parecidos com o pico da segunda onda no Estado, onde faltaram leitos, testes, oxigênio e sobraram dor e desesperos de familiares dos pacientes contaminados.

“Ainda é cedo para ter certeza, mas eu não acredito que nós tenhamos um cenário de um aumento muito grande como o do ano passado em termos de casos graves e especialmente óbitos, mas nós esperamos sim o aumento de casos, uma vez que quando você tem um aumento de casos, infelizmente há um aumento de casos graves, mas nós acreditamos que não vá ser igual o ano passado, porque estamos agora no cenário de pessoas vacinadas”, disse o pesquisador.

Sobre o aumento na procura por testes de Covid-19, Naveca tranquiliza a população e ressalta que os cuidados de prevenção precisam continuar. “Não adianta pânico, o pânico só piora a situação, nós precisamos, nesse momento, que quem tem sintomas evite o contato com outras pessoas e busque a testagem. Nós estamos tendo a oferta pelo sistema público de Saúde. Evitar o contato, aglomerações, precisamos continuar usando máscaras, lavando as mãos e precisamos nos vacinar”, declarou.

Sistema de saúde preparado

Atualmente, o Estado conta com 41 usinas de oxigênio. Segundo o governador do Amazonas, Wilson Lima, caso ocorra um cenário semelhante ao da segunda onda epidêmica, o Estado tem condições de fornecer oxigênio suficiente para os hospitais.

“Nós compramos agora mais 29 usinas se nós tivermos um episódio parecido com o que aconteceu na segunda alça epidêmica, nós temos hoje condições de fornecer a quantidade suficiente de oxigênio, algo em torno de 70 mil metros cúbicos/dia”, frisou o governador.

Alerta sobre 3ª onda

Nos meses de maio e junho de 2021, com o Especial – À Sombra da 3ª onda?, a CENARIUM publicou uma série de matérias alertando para os riscos de mais um possível onda de Covid-19 e novas variantes. À época, com o aumento na circulação de pessoas e sem respeito a medidas preventivas (como uso de máscara corretamente e álcool em gel), aliado às aglomerações e desrespeito às ações restritivas e de controle, especialistas da Fiocruz, da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM) e gestores públicos acreditavam que a população estaria caminhando para uma terceira onda de contágio da Covid-19.

Capa da Revista Cenarium do mês de Maio/2021 (Reprodução/Cenarium)

Em uma das dez publicações da série especial, o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bernardino Albuquerque ressaltou que uma das formas de conter a transmissão do vírus e o aparecimento de novas variantes é garantir a vacinação da população.

“O aparecimento de variantes está diretamente relacionado à continuidade da transmissão, portanto, todas as medidas até então direcionadas a interromper as cadeias de transmissão devem ser implementadas; infelizmente, a medida de maior impacto, que seria uma alta cobertura vacinal no País, encontra-se inviabilizada por falta de vacinas”, afirmou Albuquerque.

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